sábado, novembro 23, 2024
22.1 C
Vitória
sábado, novembro 23, 2024
sábado, novembro 23, 2024

Leia Também:

Convenção do PSTU confirma Capitão Sousa ao governo

Capitão Sousa protocolou denúncia na Justiça pedindo investigação a uma ameaça de morte nas redes sociais

Leonardo Sá

Militante das manifestações populares de 2021 e membro do Movimento Policiais Antifascismo, o Capitão Sousa teve sua candidatura ao governo do Estado homologada na tarde deste sábado (30), na convenção do Partido Socialista dos Trabalhadores Unificados (PSTU). Na mesma ocasião,  foi confirmado o nome da jornalista Soraia Chiabai como vice-governadora e do professor e administrador Felipe Skiter para o Senado.

Nessa quinta-feira (28), Capitão Sousa protocolou na Justiça Eleitoral uma notícia-crime denunciando a ameaça de morte que circulou nas redes sociais. Ele pede urgente investigação e solicita todas as medidas necessárias para garantir seu direito de disputar as eleições de outubro. A mesma denúncia será encaminhada ao Ministério Público Eleitoral (MPES). 

Em nota, o PSTU informou que no último final de semana, o partido foi “surpreendido com a sórdida notícia de que estava hospedado num site de arrecadação coletiva uma campanha de doações denominada ‘Arma para matar o Vinícius Sousa’. Uma clara ameaça ao pré-candidato ao governo do Espírito Santo pelo Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado”.

Da mesma forma, o Movimento Policiais Antifascismo divulgou nota em defesa do direito a vida e em repudio à ameaça sofrida pelo Capitão Sousa. “Solidarizamo-nos com o camarada Capitão Vinicius Sousa, que bravamente lança sua candidatura ao Governo do Estado e expõe suas ideias e seus projetos de maneira amistosa e respeitosa. O que esperamos é um debate justo e digno, não ameaças grotescas. Denunciamos, portanto, esse jeito equivocado de fazer política. Denunciamos mais essa afronta violenta, que nesse momento teve como alvo o camarada Capitão Sousa”.

O advogado de Sousa, André Moreira, ressalta que o fundamental elemento de Vinicius Sousa ser um policial de esquerda tem incomodado principalmente aqueles que veem nos militares a defesa dos pensamentos da elite e dos atuais detentores do poder. “Vinícius inverte a lógica da expectativa que a elite militar tem da base dos militares. Eles têm um projeto de poder pela direita. Vinicius tem um papel contrário e, por isto, sua candidatura está incomodando”, disse. 

Para o capitão Sousa, a “pré-candidatura ao governo é muito importante para marcar posição das lutas de esquerda”. Ele insiste em afirmar que não se trata de um projeto pessoal e diz ser preciso pautar temas esquecidos em todos os níveis da disputa de outubro, “até mesmo as consideradas de esquerda”, a fim de favorecer a classe trabalhadora. 

O movimento liderado pelo Capitão Souza trouxe ao Espírito Santo a única mulher negra pré-candidata à Presidência da República, Vera Lúcia Salgado, presidente nacional do partido. Ela participou do lançamento da candidatura dele e de Filipe Skiter, no último mês de maio.

O militar acredita que esse movimento, que à primeira vista pode parecer fator de desgaste político, é necessário considerando o ritmo de construção do processo histórico. “O programa que defendemos, se conseguirmos ações da militância, inclusive de outros partidos de esquerda, poderá ser a pauta de manifestações de rua em 2023”, ressalta, destacando as áreas de transporte público, política de emprego, reforma agrária e revogação completa das reformas Trabalhista e Previdenciária.

Ele defende a desmilitarização das PMs, a garantia de direitos democráticos e de organização política e sindical dessa categoria, o estabelecimento de condições reais para que as comunidades possam eleger delegados e comandantes das instituições policiais e, assim, exercer o controle sobre a sua atuação.

“É preciso que as organizações de esquerda e da classe trabalhadora como um todo reforcem a luta contra o conservadorismo da ultradireita e contra grupos paramilitares fascistóides, bem como contra o atual chefe do Poder Executivo, que incentiva ações violentas e que ensaia já há meses um golpe eleitoral caso não vença as eleições de outubro”.

Mais Lidas