sábado, novembro 23, 2024
22.1 C
Vitória
sábado, novembro 23, 2024
sábado, novembro 23, 2024

Leia Também:

Corrida eleitoral de 2024 altera bloco político e mira disputa ao governo

Amaro Neto deve permanecer no Republicanos e ter sua influência ampliada por forças no âmbito nacional

Mais do que uma reunião para “colocar as coisas em pratos limpos”, o encontro da cúpula estadual do partido Republicanos, semana passada, em Vitória, sinaliza o desmanche do projeto esboçado há quatro anos pelo então presidente da Assembleia Legislativa, Erick Musso, atual presidente da legenda, que, sem mandato, coloca como inviável uma candidatura a prefeito de sua cidade, Aracruz (norte do Estado), e o leva a buscar espaço na corrida eleitoral de 2026.

Do bloco, constituído por Erick, sob a coordenação do articulador Roberto Carneiro, resta, de fato, o deputado federal Amaro Neto, apontado como nome ideal para disputar a Prefeitura da Serra em 2024, mas que pode virar pré-candidato à Prefeitura de Vitória, afastando do partido o atual prefeito, Lorenzo Pazolini, considerado no mercado com elevado nível de desgaste.

O cenário é apontado por meio de articulações e convites a Pazolini de outras legendas, em especial do PP, agora comandado no Estado pelo deputado federal Da Vitória, que, com o deputado estadual Marcelo Santos, ainda no Podemos mas prestes a assumir o MDB, poderá apoiar sua reeleição em Vitória. Há conversas em andamento que apontam candidaturas de Marcelo e Da Vitória a patamar mais elevado, a serem conferidas nos próximos meses, após a definição de nomes para 2024.

O deputado Amaro Neto deve permanecer no Republicanos e ter sua influência ampliada, por conta da votação – mais baixa do que em 2018, mas ainda relevante em 2022 – que o credencia como nome de peso na legenda, com prestígio junto ao deputado federal Marcos Pereira (SP), presidente nacional da sigla. Por força de articulações no âmbito nacional, ele foi eleito, em 15 de março, presidente da Comissão de Comunicação da Câmara dos Deputados.

Na ocasião, ele destacou a defesa da liberdade de opinião como um dos temas prioritários do colegiado e apoiou a regulação da mídia. “É fundamental que tenhamos uma legislação clara e atualizada que regule a comunicação em todas as formas, seja ela televisão, rádio e internet ou qualquer outro meio”. Adota um discurso mais afinado com a ala progressista, dentro da estratégia de aproximação ao governo do presidente Lula, depois da derrocada de Jair Bolsonaro (PL) que afetou a extrema direita.

Desde a campanha eleitoral de 2022, com a derrota de Erick Musso ao Senado, a crise no Republicanos cresce e foi agravada com a retirada do ex-prefeito de Colatina Sergio Meneguelli entre os candidatos, articulada por Erick. Apesar de ter elegido dois deputados federais e quatro estaduais – Alcântaro, Bispo Alves, Meneguelli e Hudson Leal -, o partido mergulhou em situações que geraram a quebra de blocos, afastamento de aliados e o desmanche de projetos políticos engendrados para durar um longo período.

Além de Meneguelli, eleito com 138,5 mil votos, o mais votado da história do Espírito Santo, Erick Musso tem pela frente o deputado Alcântaro, que chegou a ser opositor em seu reduto eleitoral, onde já experimentou derrotas eleitorais.

Mais Lidas