Campanha e plano de governo podem representar avanços, se calçados com militância disposta a buscar as ruas
A inauguração do comitê de campanha de João Coser neste sábado (24), na Avenida Vitória, anunciada como uma “grande festa”, é o esforço do PT para dar uma arrancada na campanha à prefeitura, a pouco mais de um mês da votação de 6 de outubro. Trata-se de mais um esforço para motivar a militância, a fim de superar a mornidão da campanha até agora e garantir o segundo turno.
Hoje na posição de principal adversário do prefeito, Lorenzo Pazolini (Republicanos), Coser tem sido alvo de sucessivas ações, como registrado novamente nesta nesta sexta (23), quando a Justiça Eleitoral determinou a suspensão da divulgação de uma publicação em suas redes sociais, no qual ele aponta crescimento em uma pesquisa de intenção de votos.
Esse é um horizonte que, à primeira vista, parece distante quando comparado com os números favoráveis a Pazolini. Para observadores do cenário político, para superar a barreira e chegar ao segundo turno, João Coser teria que subir pelo menos 10 pontos.
O último levantamento da Futura, divulgado nesta semana, mostra o prefeito com 44,3% e João Coser com 15,3%, na espontânea. Na projeção de segundo turno, Pazolini teria 60,3% e João Coser 31%. As diferenças, para lideranças do bloco do deputado e ex-prefeito, poderão ser reduzidas por meio de um esforço coletivo, que envolva todos os candidatos a vereador, dirigentes partidários e simpatizantes, a fim de gerar uma movimentação com maior sintonia.
O quadro eleitoral aponta para um distanciamento do governador Renato Casagrande (PSB), mesmo procedimento adotado nas eleições à Presidência da República em 2022, quando preferiu a neutralidade no primeiro turno. Mais do que isso, naquela época, chegou a ocorrer o conhecido voto “Casanaro”, com Casagrande para governador e Jair Bolsonaro (PL) para presidente. Esse é o cenário, apesar de Casagrande ter afirmado que apoia João Coser e, também, Luiz Paulo Vellozo Lucas, candidato do PSDB. Gesto de todo insuficiente para superar o ritmo de entrega do prefeito Pazolini.
“Vitória merece o melhor”, a chamada da campanha e do plano de governo pode representar um avanço, se calçada com uma militância disposta a buscar as ruas e centros de força coletiva dos movimentos sociais e entidades de classe, atividade na qual os candidatos a vereador podem desempenhar papel importante.
Por enquanto, os vereadores Karla Coser (PT) e Luiz Paulo Amorim (PV), que buscam a reeleição, e os candidatos Raniery Ferreira, Professor Jocelino e Professor Aguinaldo, todos do PT, são apontados como os nomes que têm puxado a militância de forma mais intensa.
Sobre a ação na Justiça, Coser afirma: “Fica claro que meu concorrente tem acompanhado cada publicação em minhas redes sociais no objetivo de judicializar tudo aquilo que for possível. Faz parte do jogo. Mas isso não vai me impedir de continuar fazendo uma campanha leve, pra cima, dialogando com a cidade, apresentando proposições, ao invés de calar aqueles que estão em desacordo com minhas ideias”.
Recentemente, o Republicanos ingressou com diversas ações na Justiça Eleitoral contra João Coser por materiais produzidos em sua pré-campanha, alegando que ele faz críticas à gestão. Na época, o petista também questionou a conduta adotada pela legenda.