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Crise no Republicanos afasta aliados, desfaz blocos e ofusca lideranças

Desavenças se acentuaram com fracasso do projeto do presidente da Assembleia, Erick Musso, de disputar o governo

O saldo eleitoral do Republicanos no Espírito Santo, considerado acima da média, com dois deputados federais e quatro estaduais, não impede que, apesar dessa condição, o partido atravesse uma crise, geradora de situações em que se vê a quebra de blocos, afastamento de aliados e desmanche de projetos políticos. Um cenário que obriga a reconstrução de estratégias que passam pela disputa à Prefeitura de Vitória, em 2024.

Nesta quarta-feira-feira (9), repercute mais um fato de um conflito que é registrado desde o período eleitoral. O prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini (Republicanos), arrancou o microfone das mãos da vice-prefeita, Capitã Estéfane (Pastri), impedindo que ela falasse em evento público realizado em Jardim Camburi. Em mais um vídeo nas redes sociais, Estéfane voltou a protestar contra o que denuncia como silenciamento.

A vice-prefeita, candidata derrotada à Câmara Federal, deixou o Republicanos, legenda que havia se filiado antes das eleições municipais de 2020, em março deste ano. A medida já era resultado de seu afastamento desse bloco político, o que se acentuou recentemente, ao declarar apoio à reeleição do governador Renato Casagrande (PSB) no segundo turno, desagradando de vez Pazolini, bolsonarista e apoiador do então candidato ao governo, Carlos Manato (PL). O choque entre os dois contribui para reduzir o prestígio de Pazolini na área de Segurança Pública e também entre as mulheres, de forma mais incisiva pelo fato de ela ser negra.

Ao juntar-se eleitoralmente ao governador, a capitã mexeu com a aliança formada pelo presidente da Assembleia Legislativa, Erick Musso (Republicanos), e o prefeito de Vitória nas eleições, depois de ter naufragado a candidatura ao governo de Erick e ter sido derrotado ao Senado, fator gerador de outro conflito, desta feita com o campeão de votos à Assembleia Legislativa, Sergio Meneguelli (Republicanos), que seria concorrente ao Senado, candidatura cancelada por Musso, para tomar o lugar do ex-prefeito de Colatina.

Na futura legislatura, o partido conta com a segunda maior bancada, atrás do PL, com cinco parlamentares, formada por Meneguelli, Alcântaro, Bispo Alves e o reeleito Hudson Leal, que garantiu um terceiro mandato. Esse cenário, no entanto, não é favorável a Pazolini, em termos de apoio para uma eventual reeleição. Erick Musso está fora e novos blocos se formaram depois das votações de 2 e 30 de outubro.

Representantes do campo evangélico mais aberto quanto aos usos e costumes, mas nem por isso menos conservadores, os filiados ao Republicanos foram envolvidos pelo projeto inconsistente de Erick de chegar ao Palácio Anchieta, sonho desfeito logo nos primeiros meses depois de iniciada a empreitada. Era o começo de desavenças, as quais afastaram aliados e desfizerem acordos.

Novos aliados começam a surgir, inclusive na Câmara Federal, onde a legenda elegeu Messias Donato e reelegeu Amaro Neto, que integram a base do braço político do empresário Edir Macedo, dono da Igreja Universal e da TV Record, em rota de reaproximação com o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

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