Dary Pagung era um dos cinco pré-candidatos ao posto desde final de 2020, segundo os bastidores políticos, concorrendo com Marcelo Santos (Podemos) e o atual presidente, Erick Musso.
O pedido de Majeski foi encaminhado aos presidentes da OAB-ES, José Carlos Rizk Filho, e do PSB no Estado, Alberto Gavini, com base em decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que em 25 desse mês suspendeu a recondução de parlamentares, por mais de uma vez, ao mesmo cargo da mesa diretora do Poder Legislativo. A decisão, referente ao estado de Roraima, poderá ser aplicada no Espírito Santo ou em outro estado caso algum partido político acione o STF, o que, no Espírito Santo, impedirá a reeleição de Erick Musso.
As articulações favoráveis a Erick Musso apontam para uma votação com chapa única, sinalização que ganhou força nas duas últimas semanas com o apoio manifestado pelo govenador Renato Casagrande (PSB) ao nome do atual presidente. Nesta sexta-feira (29), o Diário do Legislativo publicou ato de convocação dos deputados para a sessão, que será presencial e virtual.
No ato, o deputado Erick Musso cita o mandado de segurança que suspendeu os efeitos da Emenda Complementar número 113, de 25 de novembro de 2019, pela qual ele antecipou a eleição, depois anulada, na tentativa de prolongar o seu mandato frente ao Poder Legislativo do Estado. O deputado Majeski foi um dos poucos que votou contra a Emenda que permite a reeleição.
À época, esse movimento gerou críticas e muita polêmica, havendo inclusive a intervenção da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-ES) e do governador Renato Casagrande (PSB), provocando ruído entre os dois poderes. As relações foram restabelecidas aos poucos, em decorrência da aprovação dos projetos do governo por meio da mediação de Erick Musso.
Nos bastidores, a reeleição de Erick Musso para presidente acomodaria os deputados Marcelo Santos, que seria mantido na primeira vice-presidência, Dary Pagung, 1º secretário, e Alexandre Quintino (PSL), 2º secretário, todos eles pré-candidatos ao comando do Legislativo e alinhados do governo Casagrande, que teria influenciado diretamente essa composição.
Apesar de o govenador ter atuado de forma discreta, para evitar o ruído de forçar intromissão em outro poder, ocorreram articulações por meio de encontros com parlamentares no palácio Anchieta, intermediado pelo secretário-chefe da Casa Civil, Davi Diniz. Para Casagrande, interessa um Legislativo harmonioso, favorável à aprovação de projetos procedentes do Executivo, da forma como foi conduzido por Erick Musso, amplamente favorável ao governo.
As articulações para o comando da Assembleia até 2023 reforçaram a aproximação com o governo a partir do resultado das eleições municipais de 2020, em decorrência do fortalecimento do Republicanos, que envolve movimentos para a reeleição do governador em 2022.