A Assembleia Legislativa sediou, na tarde desta segunda-feira (19), encontro político para debater sobre o Fundo de Desenvolvimento de Atividades Portuárias (Fundap). No debate, ficou ressaltada a parceria dos senadores Ricardo Ferraço (PMDB) e Magno Malta (PR) na construção de uma bandeira que pode dar sustentação aos palanques dos dois em 2018.
A motivação para o evento foram as recentes notícias de que a votação do Projeto de Resolução do Senado (PRS) 72/2010, que praticamente extinguiu o Fundap, teria sido manipulada pela empresa Odebrecht. Uma série de ações está sendo realizada na esperança do retorno do incentivo que tanto ajudou a dinamizar a economia capixaba.
Nas falas dos senadores, que abriram o evento, a troca de elogios foi constante. Ricardo citou o colega de bancada três vezes em seu pronunciamento e ressaltou a parceira na briga pelo Fundap. O senador Magno Malta também não poupou elogios ao tucano.
O governador Paulo Hartung (PMDB) não compareceu ao evento, mas foi representado pelo secretário-chefe da Casa Civil, Zé Carlinhos da Fonseca. Já os ex-governadores Renato Casagrande (PSB) e Gerson Camata (PMDB) participaram do debate.
A Assembleia Legislativa vai instalar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar as denúncias no âmbito da Operação Lava Jato de que o fim do Fundap foi resultado de suposto suborno da Odebrecht na compra de senadores da República que articularam a medida. O fim do Fundap já causou prejuízos de mais de R$ 4 bilhões ao Espírito Santo.
A criação da CPI pelo legislativo estadual foi anunciada durante reunião extraordinária realizada na tarde desta segunda-feira (19) para tratar da mobilização no Estado e em Brasília, através da bancada federal capixaba, para que seja anulada a votação da Resolução 72/2010 do Senado, ocorrida no final de 2012, que enfraqueceu o Fundap, reduzindo de 12% para 4% a alíquota de ICMS sobre as operações nos portos brasileiros.