Deputada estadual repreendeu autor do projeto e celebração à ditadura e disse que não iria se calar
Enfurecido, o deputado caminhou em direção à deputada, que ocupava a tribuna do plenário da Assembleia Legislativa, e, com o dedo em riste e aos gritos, tentou impedir a fala da parlamentar.
“Não vou permitir que um homem me afronte nesse plenário. Estou sofrendo uma agressão de um deputado nessa Casa, enquanto eu ouvi a opinião dele calada”, reagiu Janete, solicitando à Mesa Diretora garantias para concluir seu discurso. A parlamentar agradeceu o apoio e a votação da maioria dos deputados que reprovou remontar na Assembleia os traumas sofrido pela sociedade no período da ditadura militar imposta no país durante 21 anos.
A sessão especial proposta por Capitão Assumção, aprovada no dia 8 de fevereiro, por 18 deputados, foi votada em bloco, juntamente com outros projetos, motivo que levou alguns deputados a questionarem essa forma de votação, que impossibilita um conhecimento mais apurado sobre o que se está votando. Posicionamento semelhante foi externado pela deputada Iriny Lopes (PT) e o deputado Bruno Lamas (PSB).
“Eu tenho nojo da ditadura”, disse Bruno Lamas, que é líder do PSB na Assembleia Legislativa, e acrescentou: “Votei para derrubar a realização da sessão. Para que não paire dúvidas. Ela fez vítimas, perseguiu e matou inocentes. E não acrescentou em nada à nossa história (…) Acredito e defendo a democracia sempre. Este assunto foi sepultado aqui hoje”.
Bruno fez questão de explicar que houve uma confusão na votação de fevereiro em que o requerimento foi aprovado.
“Houve uma votação em bloco, simbólica, para a realização de uma sessão especial, não solene. Portanto, não poderia ocorrer homenagens. Inclusive, precisamos rever essa forma de votação em bloco. Mas hoje a Assembleia Legislativa mostrou as suas digitais, ao derrubar a realização da sessão”, frisou.