Vários deputados estavam no plenário, mas não marcaram presença, gerando pedido de recomposição de quórum
Mal o deputado Danilo Bahiense (PL) acabara de recitar o tradicional versículo da Bíblia, a sessão desta quarta-feira (11) na Assembleia Legislativa foi suspensa, aos 4 minutos, por Marcelo Santos (Podemos), dentro do clima eleitoral que reduz o ritmo de trabalho dos parlamentares. Vice-presidente da Casa, Marcelo conduzia a sessão por conta de mais uma ausência do presidente Erick Musso (Republicanos), pré-candidato ao governo do Estado, que, como muitos outros parlamentares, soma repetidas faltas em plenário, antes mesmo de aberta oficialmente a campanha eleitoral.
A votação de matérias da pauta – cinco urgências e três projetos que já contam com pareceres de comissões – foi adida para a próxima segunda-feira (16). Os deputados Sergio Majeski (PSDB) e Dr. Hércules (Patri), que integram o bloco dos presentes às sessões da Assembleia, protestaram contra a medida, tomada sob a justificativa de falta de um número mínimo (10) de deputados no plenário.
“Com quatro minutos a sessão foi derrubada, se pediu a recomposição de quórum, propositalmente, para a sessão cair e não trabalharem, para que as pessoas fiquem livres para fazer suas campanhas. Isso tudo a sociedade está pagando, há muitos projetos parados, mas infelizmente, foi feita essa armação aqui”, disparou Majeski, em vídeo divulgado após o encerramento da sessão.
Dr. Hércules (Patriota) também criticou os parlamentares que estavam no plenário e não marcaram presença, possibilitando a suspensão da sessão, que, para seguir o Regimento Interno, só pode ser realizada com pelo menos 10 parlamentares quando se trata de debater e votar matérias constantes da Ordem do Dia. O deputado destacou um grupo de estudantes que estava nas galerias, afirmando que a medida representa um mau exemplo para a juventude.
Essa situação tem se repetido em plenário nas últimas semanas, com sessões esvaziadas e mais curtas do horário estabelecido para o fim dos trabalhos, às 18 horas. Também há parlamentares que assinam a presença e depois se retiram, o que também já foi alvo de discursos contrários. Na disputa de outubro deste ano, os 30 deputados da Assembleia serão candidatos, a maioria à reeleição.