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Deputados fazem mais uma ‘sessão de desagravo’ da Derrama

Os deputados concordaram em retardar o início da sessão ordinária desta quarta-feira (30) em uma hora para que os colegas Theodorico Ferraço, Edson Magalhães, ambos do DEM, e Guerino Zanon (PMDB) pudessem fazer uma nova sessão de desagravo da Operação Derrama. O ponto de partida para uma série de depoimentos em defesa dos ex-prefeitos presos na operação foi o arquivamento do inquérito pelo procurador-geral do Ministério Público, Eder Pontes, contra o deputado estadual Edson Magalhães. 
 
Magalhães, que é ex-prefeito de Guarapari, ocupou a tribuna na fase das comunicações, logo no início da sessão, para anunciar o arquivamento do inquérito. Em seu despacho, o procurador classifica a decisão tomada contra Edson Magalhães como uma injustiça, uma vez que nenhuma prova existia contra ele que justificasse o seu indiciamento e, muito menos, a decretação de sua prisão.
 
O deputado criticou a operação e destacou o constrangimento político, que culminou com o rompimento com o atual prefeito da cidade, Orly Gomes (DEM), eleito com apoio de Magalhães. O deputado disse que após deixar a prisão, ligou para o prefeito eleito – a eleição foi extemporânea, porque os votos de Edson Magalhães foram considerados inválidos (a Justiça Eleitoral entendeu que ele estaria disputando o terceiro mandato) –, para comparecer à sua posse, mas Orly recomendou que Magalhães, recém saído da cadeia, não fosse à sua posse. 
 
Magalhães se referiu também ao ex-prefeito de Anchieta, Edival Petri, morto na semana passada, vítima de leucemia, e que também foi preso na operação. Ele foi aparteador pelo presidente da Casa, Theodorico Ferraço, que com voz embargada, disse que foi procurado por Edval Petri dias antes de sua morte e ouviu dele que não queria morrer sem provar sua inocência à família.
 
Guerino Zanon, mais um dos ex-prefeitos presos, também fez duras críticas ao delegado que coordenou a operação pelo Nuroc, Rodolfo Laterza, e ao então presidente do Tribunal de Contas, Sebastião Ranna. Tanto Zanon como Ferraço também criticaram, sem citar o nome, o então presidente do Tribunal de Justiça Pedro Valls Feu Rosa, que teria se unido com outras autoridades para pôr os ex-prefeitos na cadeia. Ferraço chamou os mentores da operação de “bandidos”. E disse que enquanto estiver vivo tais arbitrariedades não voltarão a ocorrer no Espírito Santo. 
 
Outros deputados também fizeram referência à morte de Petri, reforçado o discurso de que a prisão acelerou seu problema de saúde, contribuindo para sua morte. 
 
O presidente da Assembleia e outros deputados interessados no caso vêm fazendo uma relação entre a Derrama e os escândalos da Lava Jato envolvendo a Petrobras, passando a ideia de que haveria um lobby da empresa para que os municípios não cobrassem os impostos da petrolífera. 
 
Magalhães, Ferraço e Zanon também enalteceram o procurador-geral por ter arquivado os inquéritos. Ferraço chegou a dizer que Eder Pontes foi autor de um “ato heroico”. 

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