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Deputados mudam de ideia e aprovam uso de celular em sala de aula

Se a sessão dessa terça-feira (29) na Assembleia foi surpreendente por causa de um empate na votação de um projeto do governo. A sessão desta quarta-feira (30) foi ainda mais surpreendente pela rapidez com que os deputados contrários ao projeto, mudaram de opinião algumas horas depois e aprovaram, sem problemas, o projeto enviado pelo secretário de Educação Haroldo Rocha, que libera o uso de celular nas salas de aula da rede pública do Estado.
 
Nessa terça, o projeto Projeto de Lei (PL) 55/2016, que revoga a Lei 8.854/2008, que proíbe o uso de celular em sala de aula nas escolas da rede estadual, causou muita discussão no plenário da Casa, os ânimos ficaram exaltados. 
 
O tema é controverso porque causa desgaste e para a comunidade escolar é apenas uma forma de o governo do Estado fugir do debate sobre a falta de infraestrutura na rede e das medidas de contenção de gastos em contraponto ao investimento alto no programa Escola Viva, promessa de campanha do governador Paulo Hartung e criticado por alunos, pais e professores, por ser excludente.
 
A polêmica dessa terça levou a um placar inusitado na Assembleia, com 10 deputados favoráveis e outros 10 contrários à aprovação do PL. Com isso, o projeto voltou a ser discutido na sessão desta quarta-feira e os deputados “mudaram de ideia”. Resultado: o placar ficou em 19 a um para o governo. 
 
Apenas o deputado Sérgio Majeski (PSDB), crítico da política educacional do Estado, votou contra a aprovação da matéria. O tucano destacou que não é contrário ao uso de ferramentas tecnológicas e que a preocupação era sobre o controle no uso.
 
O fato é que o empate foi uma derrota política para o governador, que vem tentando driblar a insatisfação da comunidade escolar com a política de Educação do Estado. Recentemente, o governo perdeu uma batalha judicial e foi obrigado a reabrir escolas que haviam sido fechadas, no início do ano. Além de escolas, o governo também fechou turmas e turnos, sobretudo no interior. 
 
No início de março, o Movimento Sem Terra fez uma ocupação no Palácio Ancheita, depois de muitas tentativas, sem sucesso, de diálogo na Secretaria da Educação. O protesto foi pelo fim da pedagogia da alternância, em que os estudantes passam uma semana na escola e outra semana no campo. O movimento desocupou o Palácio depois da promessa de que haveria um encontro com o governador. O encontro seria na última segunda-feira (28), mas foi adiado para o próximo dia 6 de abril. 

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