A escolha do deputado Gildevan Fernandes (PV) para ser o líder do governo Paulo Hartung (PMDB) na Assembleia, desde o início do mandato, causou leituras divergentes nos meios políticos. Para algumas lideranças, o verde não tinha o tato necessário para assumir um cargo de articulação no Legislativo, devido ao ambiente mais árido deste terceiro mandato. Para outras, o perfil fiel ao Executivo do deputado era adequado ao tipo de relação que o governador queria manter com a Assembleia. O problema foi a mudança de perfil do Legislativo.
Mas o desempenho do líder e da nova Assembleia não estão saindo exatamente como o planejado. Nas últimas semanas, têm se tornado comuns os atritos entre o líder do governo e os demais deputados estaduais. E para os meios políticos, há de se destacar dois equívocos do governo.
O primeiro em relação ao líder, que não vem demonstrando habilidade política para articular com os deputados fora dos microfones. Alguns parlamentares se queixam de pouca conversa com Gildevan, pouca orientação até para a base.
Além disso, o perfil da Assembleia é diferente das anteriores. Alguns deputados têm mostrado consistência em seus discursos, que nem sempre se afinam com o governo, e diante da reação do líder, não se intimidam, continuando o debate, diferentemente de mandatos passados.
Mesmo tendo o governador maioria esmagadora na Casa, os questionamentos à dinâmica e até aos projetos do governo estariam incomodando o Palácio Anchieta. O debatedor mais acirrado de Gildevan tem sido o deputado Enivaldo dos Anjos (PSD), que não tem aceitado tratoradas palacianas a projetos de interesse de sua base.
Outro que vem protagonizando embates com o líder do governo é o deputado tucano Sérgio Majeski. Em alguns debates, Gildevan vem mostrando destempero em alguns momentos de debate, o que acaba respingando no governo.
