Bruno Lamas já assinou ficha de pré-candidato, mas aguarda as articulações até a convenção
A decisão do prefeito Sergio Vidigal de não concorrer à reeleição na Serra pode alterar a correlação de forças políticas no maior colégio eleitoral do Espírito Santo e colocar em xeque a aliança do partido do governador Renato Casagrande, o PSB, com o PDT, liderado no Estado por Vidigal, que indicou seu chefe de gabinete, Weverson Meireles, para entrar na disputa. Esse gesto, para o mercado político, quebra a obrigatoriedade de aliança entre os dois grupos e reforça a pretensão do PSB municipal de ter candidato majoritário na eleição de outubro.
Até agora, o nome cogitado é do secretário estadual de Ciência e Tecnologia do governo, Bruno Lamas, ex-vereador e ex-deputado estadual, que em 2020 concorreu para prefeito, mas ficou em quinto lugar, com 5,1% dos votos. Ele já assinou no livro de pré-candidaturas e aguarda o avanço das articulações.
Bruno tem um novo pretendente ao mesmo cargo, o procurador federal aposentado e ex-vereador pelo PT, Bento Deodato. Nesta sexta-feira (5), ele assina a ficha de filiação ao PSB, depois de manter contatos com lideranças do partido, incluindo Márcia Lamas, presidente da direção municipal e mãe de Bruno.
“Conversei com Márcia Lamas e foi muito boa a conversa sobre a conjuntura da Serra. Ela reforçou o convite para eu me filiar ao PSB”, informa Bento. Acrescenta que já se reuniu com Bruno, apontando o contato como “excelente”.
“Ele manifestou sua satisfação em meu interesse e reforçou o convite para eu me filiar ao partido e me franqueou a candidato a qualquer cargo seja no executivo ou na Câmara Municipal, dependendo essa definição do desenrolar do processo de pré-campanha”, garante Deodato.
No mercado local, a análise é de que o PDT tratava o apoio do PSB como incondicional, em retribuição à aliança com Casagrande em 2022. Com o recuo do prefeito, porém, faz surgir uma dúvida: o compromisso do governador é com Vidigal ou com o PDT?
Para lideranças políticas, o PSB tem a chance de demarcar território no maior município do Estado, e esse movimento teria agora o aval da executiva estadual, que com o palanque de Vidigal, pretendia reivindicar a vice na Serra. Seja com Bruno Lamas, Bento Adeodato ou outro nome que possa aparecer, a defesa é que o partido não fique muito tempo sem protagonismo, sob risco de encolher, como registrado com outras legendas.
Procurado por Século Diário, Bruno Lamas não retornou ao contato.