Lelo Coimbra aponta manobra golpista de Marcelino Fraga, expulso do partido em 2020, com a concordância de Rose
O ex-deputado federal Lelo Coimbra, líder do movimento “Ação & União”, denunciou nesta terça-feira (26) uma manobra golpista para tumultuar o processo eleitoral pelo comando do MDB no Espírito Santo, que envolve o ex-deputado federal Marcelino Fraga, expulso do partido em 2020. A direção nacional desautorizou o edital para eleição das comissões estaduais, que seria realizada nesta data, assinado pela filiada Salèm Ayub Fraga, de 90 anos, mãe de Marcelino, ausente na convenção realizada no último dia 21, em Vitória, afirma Lelo.
Com o fim do prazo de cindo dias estabelecido no dia 21 para definir a formação da direção estadual do partido, depois do empate entre a chapa “União & Ação” e a “Reconstrução”, da ex-senadora Rose de Freitas, os dois blocos não conseguiram chegar a um acordo, agravando a crise que, desde 2018, afeta a legenda no Espírito.
“Marcelino Fraga paga o maior mico no episódio da Convenção da Executiva do MDB, depois de expor sua mãe, dona Salèm Ayub Fraga, na assinatura de um ‘edital fake’ para um evento rechaçado pela Nacional como ilegal. Junto com ele, o chefe de gabinete do conselheiro do Tribunal de Contas Sérgio Borges, Renato Borges, segundo nome da chapa da Rose de Freitas”, aponta Lelo. Para ele o cenário é “o passado de volta: Sérgio/Marcelino/Rose”.
Acrescenta que Renato Borges, vice na chapa de Rose, tenta com ‘mão grande’ eleger uma Executiva do partido, com silêncio obsequioso de Rose” e ressalta: “Tentou se filiar há 30 dias para ser protagonista na eleição, pois foi ele quem montou a chapa da Rose, segundo analistas internos do MDB”.
A eleição convocada para esta terça-feira ficou esvaziada. Desde esse fim de semana, o grupo de Lelo Coimbra recomendou aos membros e apoiadores da chapa “União & Ação” a não comparecer à sede do MDB. Segundo Lelo, Marcelino tenta se filiar novamente ao partido para ser presidente. Já Rose mantém silêncio, apesar de procurada para se manifestar sobre a questão.
Para o emedebista histórico Aécio Matos, de São Mateus (norte do Estado), Rose se movimenta “nas sombras”: “Jamais vi e presenciei uma situação escabrosa como essa. No dia 20, antes da convenção, na sede do partido, uma funcionária ficou com computador conectado direto com TRE [Tribunal Regional Eleitoral], fazendo registro de convenções extemporâneas datadas de 15 e 19 de setembro por determinação da então presidente da comissão provisória, Rose de Freitas”.
O movimento “Ação & União” pretende acionar na Justiça um pedido de cancelamento da convenção estadual do MDB realizada na última quinta-feira, em Vitória, cuja votação terminou empatada em 27 x 27 com a chapa da ex-senadora.
Antes, no entanto, aguardam um posicionamento da direção nacional, enquanto os dois cabeças de chapa, Lelo e Rose, continuam conversando visando à formação de chapas de consenso para as comissões Executiva e de Ética. Esse cenário, porém, é rechaçado por filiados dos dois grupos.