Coronel Ramalho tenta a difícil tarefa de garantir o segundo turno em Vila Velha
Uma carreata com Michele Bolsonaro, partindo de Terra Vermelha, às 15h30, até um cerimonial em Itaparica, onde haverá uma “reunião com conservadores”, às 18 horas, é o início de um esforço que o Coronel Ramalho empreende, nesta quinta-feira (12), para a difícil tarefa de subir nas pesquisas e ir ao segundo turno contra o prefeito Arnaldinho Borgo (Podemos), líder com folga nas pesquisas divulgadas até agora. No próximo dia 30, haverá outro evento, com a presença do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Com Michele, o ex-presidente é o principal cabo eleitoral do PL, e vem ao Estado para impulsionar candidaturas do partido na Grande Vitória, todas em baixa. Bolsonaro está inelegível, tem salário mensal de R$ 44 mil do partido, e responde a processos com ameaça de prisão, por conta de acusações de roubo de joias, falsificação de documento público e tentativa de golpe de Estado, que resultou nos atos de vandalismo de 8 de janeiro de 2023.
No último levantamento, do instituto Ipec, o atual prefeito de Vila Velha, candidato à reeleição, alcançou 75% das intenções de voto, e Ramalho, 10%. Arnaldinho conta com o apoio explícito do governador Renato Casagrande (PSB), com investimentos do governo estadual que garantem a execução de muitas obras na cidade, condição que o mantém afastado do campo bolsonarista, sem deixar os conservadores.
Ex-secretário de Segurança Pública do Governo Casagrande, Ramalho teve que sair do Podemos para se candidatar em Vila Velha, já que em Vitória, a outra opção, foi inviabilizada em decorrência do projeto de outro bolsonarista, o deputado estadual Capitão Assumção.
Como Ramalho, Assumção aguarda a visita do ex-presidente à Capital, para melhorar sua marca nas pesquisas, ainda muito limitada. Na última, ele chegou a 2%, mesmo com o terceiro maior tempo de TV. Já Lorenzo Pazolini (Republicanos), o atual prefeito, candidato à reeleição pelo Republicanos, alcançou 51%.
Um eventual empurrão à candidatura de Assumção, de acordo com avaliação nos meios políticos, seria mais favorável ao candidato do PT, João Coser, considerando que o crescimento viria com os votos de Pazolini, no entanto, insuficientes para levá-lo ao segundo turno. Isso porque os dois correm em redutos semelhantes, como o meio evangélico e de segurança pública. Pazolini é ex-delegado de polícia e militou com o bolsonarismo quando exercia mandato de deputado estadual.
O prefeito se afasta da figura de radical, mas, apesar do slogan “Paz e União”, ele e outros deputados invadiram o Hospital Dório Silva, em 2020, a pedido do então presidente Jair Bolsonaro. Estava acompanhado dos ex-deputados Carlos Von (Avante) e Torino Marques (PL) e dos deputados Danilo Bahiense (PL) e Vandinho Leite (PSDB).
Na Serra, o candidato Igor Elson (PL), com 2% nas pesquisas, não é apontado com um beneficiário em função da visita de Bolsonaro, mesma situação do pastor Ivan Bastos, em Cariacica, com 4%.