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Diretório Nacional do Cidadania aprova fim da federação com PSDB

No Espírito Santo, partido liderado por Luciano Rezende teve debandada em 2024

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Leonardo Sá

O Diretório Nacional do partido Cidadania aprovou o fim da federação com o Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) que vigora desde as eleições de 2022. A Executiva Nacional do partido já havia deliberado pela não renovação da aliança, e o diretório acolheu a decisão por unanimidade, em reunião realizada nesse domingo (16), em Brasília. Apesar disso, o acordo segue em vigor até 2026, a menos que uma decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) permita o rompimento antecipado.

“A federação é passado; vamos em frente, retomando o protagonismo de nossa identidade, que deve apontar para onde o Cidadania pretende caminhar”, disse o presidente nacional, Comte Bittencourt. O dirigente defendeu ainda que é preciso “sabedoria, tranquilidade e equilíbrio para chegarmos à maturidade, entre nós, do que devemos fazer com vistas às eleições de 2026, decidir se vamos disputar sozinhos ou se nos federamos com outros partidos do campo democrático”.

Dentro do Cidadania, a avaliação é de que a federação prejudicou seu crescimento político. No Espírito Santo, a sigla teve dificuldade de diálogo com o PSDB em 2024. O Cidadania presenciou uma debandada de lideranças políticas, especialmente em Vitória, onde concentrava mais força devido aos dois mandatos de Luciano Rezende na prefeitura (2013-2020). A saída mais notada foi a do deputado estadual Fabrício Gandini (atualmente no PSD), que disputava com Luiz Paulo Vellozo Lucas (PSDB) a vaga como candidato a prefeito da federação.

Gandini acabou deixando o Cidadania, mas, mesmo assim, desistiu de entrar na eleição majoritária da Capital do Estado. A disputa em Vitória teve dois candidatos próximos do governador Renato Casagrande (PSB): o próprio Luiz Paulo e o deputado estadual e também ex-prefeito João Coser (PT).

Com isso, o Cidadania, que já estava enfraquecido, ficou ainda menor no Espírito Santo. Nas eleições de 2024, uma de suas únicas conquistas foi a reeleição do prefeito Paulo Cola em Piúma, no litoral sul do Estado. Luciano Rezende, presidente estadual da sigla, tem se mostrado distante das articulações políticas.

Uma das possibilidades discutivas a nível nacional para o Cidadania não sumir de vez seria formar uma federação com o Partido Socialista Brasileiro (PSB). No Espírito Santo, o PSB tem sido um dos destinos de ex-filiados do Cidadania, como o ex-vereador de Vitória Vinicius Simões.

Da parte do PSDB, a absorção da sigla pelo Podemos já foi dada como certa semanas atrás, mas agora as conversas evoluíram para um outro caminho, com as duas siglas sinalizando para uma possível federação que incluiria o Solidariedade. Também existem diálogos do PSDB com o Republicanos, mas os dois estão em campos políticos opostos no Espírito Santo – os tucanos apoiam o governador Renato Casagrande (PSB), e o Republicanos é de oposição.

Mais movimentações

Nos últimos dias, a imprensa nacional também tem noticiado as negociações para a formação de uma federação do Progressistas (PP) com o União Brasil – o que, no Espírito Santo, consolidaria a adesão do PP ao bloco governista nas eleições de 2026.

O União Brasil é um partido que já faz parte do grupo liderado pelo governador Renato Casagrande (PSB) – que deverá ser candidato ao Senado ano que vem; o plano A é que o vice, Ricardo Ferraço (MDB), seja o candidato de situação ao governo. O atual presidente do União (prestes a deixar a função) é o secretário de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Felipe Rigoni, e o partido tem como uma das principais lideranças o presidente da Assembleia Legislativa, Marcelo Santos, que anunciou publicamente que estará com Casagrande em 2026. O prefeito de Cariacica, Euclério Sampaio, retornará à sigla para presidi-la – ele é apontado pelo próprio governador como um possível candidato à sucessão.

Já o Progressistas não é tão fiel assim a Renato Casagrande. O presidente estadual, Da Vitória, apoia o governador, mas também mantém laços com opositores, como o prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini (Republicanos), pré-candidato ao governo estadual. A sigla fez a vice na Capital, Cris Samorini, e também abriga figuras como o deputado federal Evair de Melo, opositor ferrenho de Casagrande e que emite sinais de disputar o Senado.

Ou seja, se a federação vingar, o PP ficará obrigado a ter uma posição mais assertiva em relação ao governo estadual. Evair de Melo, que circula junto com Pazolini pelo Estado na campanha antecipada do prefeito de Vitória, teria que procurar outro partido.

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