Grupo do ex-deputado Lelo Coimbra protocolou chapa nesta quarta-feira para disputar a executiva estadual
A esperada convenção do MDB para eleger a Executiva Estadual, adiada várias vezes, ocorrerá no próximo dia 21, na Assembleia Legislativa, das 9 às 14 horas. O edital de convocação foi publicado nesta quarta-feira (13) por um terço das comissões executivas municipais, num gesto que isola a presidente da comissão provisória, Rose de Freitas, que havia prometido realizar a convenção nesta sexta-feira (15).
A convocação é feita por integrantes do movimento “União & Ação”, que congrega todos os filiados históricos do MDB no Estado e surge a partir do momento em que Rose iniciou a terceirização dos comandos locais. Assinam o edital o presidente da Comissão Municipal de Alto Rio Novo, Ademar Gonçalves Perdigão, e mais 15 dirigentes do partido, além do membro da comissão provisória, o ex-deputado federal Lelo Coimbra, ex-presidente do MDB.
Apesar de afirmar que o grupo não tem líder, foi protocolada uma chapa de aliados de Lelo na tarde desta quarta-feira para concorrer o cargo, do qual ele foi destituído em 2021, sendo substituído pela então senadora Rose de Freitas, por decisão da direção nacional do partido.
Desde essa época, o MDB mergulhou em repetidas crises, com denúncias sobre irregularidades de gestão por parte da presidente estadual, inclusive filiação de pessoas de outras siglas partidárias. Várias lideranças se desligaram, depois da expulsão do ex-deputado federal Marcelino Fraga e do estadual José Esmeraldo (PDT), opositores de Lelo, que permaneceu, passando a ser membro sob a presidência de Rose. Sem mandato, depois de perder as eleições de 2018, ele tenta encontrar espaço para concorrer de novo à Câmara dos Deputados em 2026.
Nas eleições do ano passado, Rose barrou a candidatura do ex-prefeito de Linhares Guerino Zanon (PSD) ao governo do Estado, provocando a saída dele, e aliou-se à campanha de reeleição do governador Renato Casagrande (PSB), apoiador de sua candidatura à reeleição, sendo derrotada.
“O Estatuto prevê a possibilidade de convocação por um terço das executivas municipais, dentre outras modalidades. Como Rose não o fez até o prazo limite de seu mandato, não houve alternativa. Ora, ela teve 30 meses para organizar a convenção e não o fez. A convenção é a reivindicação de todos os filiados, pois estamos às vésperas das Eleições 2024”, explica um membro da legenda.
O edital de convocação foi feito com base na decisão da Nacional, adotada em março, com previsão de realizar as convenções no período de junho a agosto deste ano, para iniciar ações para o fortalecimento do partido, visado às disputas do ano que vem.
Fazem parte do movimento os presidentes das comissões municipais de Anchieta, Baixo Guandu, Barra de São Francisco, Castelo, Governador Lindemberg, Ibiraçu, Iconha, Irupi, Itaguaçu, Itapemirim, Jerônimo Monteiro, Presidente Kennedy, Rio Bananal, Santa Teresa e Vargem Alta.
O grupo vem se reunindo há meses, de forma virtual, para debater questões da legenda e traçar planos para as eleições de 2024 e 2026. Manifesto divulgado em julho deste ano lembra que “pela primeira vez na história, o MDB deixou de ter representação em todos os níveis da eleição de 2022, por responsabilidade exclusiva de Rose de Freitas”.