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Dirigente comunista diz que Bolsonaro quer criar pânico na sociedade

Militância capixaba do PCB participa de atos contra o governo federal, apontando, também, críticas a Casagrande 

Divulgação

Protagonista da ação política em vários períodos históricos no Brasil, até ser desarticulado por força da ditadura militar e de crises internas entre seus dirigentes, o Partido Comunista Brasileiro (PCB) surge nas eleições gerais deste ano não como uma força eleitoral, mas usado como conteúdo de notícias falsas construídas pela extrema direita bolsonarista e disseminadas nas camadas mais desinformadas da população. Para o dirigente do partido no Espírito Santo, Mauro Ribeiro, “Bolsonaro quer criar pânico na sociedade”.

O PCB foi reestruturado em 1994 e chegou a aliar-se com o PT, participando ativamente da primeira eleição de um governador por esse partido no Espírito Santo, o médico Vitor Buaiz. Em 2006, no entanto, rompeu com o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e atualmente, por falta de quadros na militância, não concorre a nenhum cargo eletivo. É apoiador de nomes do Psol, como Camila Valadão, candidata a deputada estadual, e Gilbertinho Campos, ao Senado, e, também, do Partido Socialista dos Trabalhadores Unidos (PSTU), apoiando o Capitão Sousa ao governo.

O eleitorado que mais recebe as mensagens falsas sobre o partido e a ideologia comunista é formado por cristãos evangélicos, que, com a fé manipulada por pastores de denominações religiosas, a maioria ligada a políticos ou eles próprios candidatos, demonizam a ideologia. Esse é o caso do ex-senador Magno Malta (PL), pastor e candidato ao Senado, do presidente da Câmara de Vitória, Davi Esmael (PSD), que concorre a deputado estadual, e Carlos Manato, o nome do PL para o governo do Estado, entre vários outros de uma extensa lista.

Em materiais de propaganda e discursos em comícios e reuniões fechadas, o destaque é a defesa da família, que seria, segundo afirmam, o alvo principal do comunismo, para destruí-la. As mensagens, cuja conotação é o medo, são formadas por notícias falsas de que, se Lula for eleito, os comunistas irão fechar igrejas, e mais uma série de medidas contra as famílias e os bons costumes. Incluem entre os comunistas o candidato a presidente da República, Lula, que, apesar de contar com o apoio de partidos progressistas, não é comunista, sendo rejeitado por esse partido.

“É a mesma tática usada no período da ‘Marcha da Família com Deus pela Liberdade’, realizada em São Paulo dias antes da instalação da ditadura militar”, aponta Mauro Ribeiro. Ele ressalta a campanha de Sofia Manzanom candidata ao partido às presidência da República, e diz: “Lula só no segundo turno, para tirar esse presidente e o governo fascista que está aí”.

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Mauro Ribeiro lembra o saldo deixado pela ditadura, de uma grande dívida externa, corrupção, centenas de mortos e desaparecidos, além de inúmeras vítimas de tortura nos quartéis e em delegacias especializadas. Uma ação coordenada por um poderoso sistema financeiro e logístico conduzido por civis e militares, com a colaboração dos Estados Unidos, que tramavam a queda do presidente João Goulart.

A militância do PCB participa de manifestações contra o governo Bolsonaro, apontando, também, críticas ao governo Renato Casagrande (PSB), muito envolvido com “grupos econômicos do Estado que formam a organização “Espírito Santo em Ação”, que desenvolve forte atuação na implementação da política econômica estadual. Segundo Mauro, essa situação ficou mais configurada na indicação do ex-senador Ricardo Ferraço (PSDB) como vice-governador. 

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