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​Disputa em Vitória indica fase final da votação ainda no primeiro turno

A 30 dias das eleições, contados a partir desta sexta-feira (6), o cenário em Vitória projeta a permanência da atual administração, com Lorenzo Pazolini (Republicanos) à frente, já no primeiro turno, caso a campanha de João Coser (PT) não traga novos elementos para esticar a disputa para uma nova votação, em 27 de outubro. O quadro reflete não apenas os dados de pesquisas, sendo motivo de comentários, também, até mesmo entre petistas.

Para agravar a situação, o desempenho de candidatos nos municípios da região metropolitana e também no interior não é nada bom: os levantamentos sobre intenções de votos revelam um quadro desanimador, exceção para algumas candidaturas a vereador.

Em Linhares, cidade importante do norte do Estado, a insistência em torno do nome do ex-prefeito e deputado estadual José Carlos Elias levou o partido a dar com os “burros n’água” diante da barreira erguida por processo judicial que impediu o registro da candidatura a prefeito.

Elias integrava um grupo de candidatos homologados pela Comissão Executiva Nacional do PT, considerando cidades no Espírito Santo com mais de 100 mil eleitores. Dessa relação, fazem parte João Coser; o ex-prefeito de Cachoeiro de Itapemirim (sul do Estado), Carlos Casteglione; o ex-deputado estadual Roberto Carlos, na Serra; João Batista Babá, em Vila Velha; e Célia Tavares, em Cariacica.

Na Capital, a menção estimulada do instituto Futura Inteligência, divulgada pela Folha Vitória nessa quarta-feira (4), aponta que Lorenzo Pazolini teria 55,7% das intenções de voto, seguido por Coser, com 20,9%. A deputada estadual Camila Valadão (Psol) aparece com 4,9%, vindo depois Luiz Paulo Vellozo Lucas (PSDB), com 4,7%. Capitão Assumção (PL) marcou 3,3% das intenções, seguido do candidato do Avante, Du, com 0,1%. Os indecisos são 7% e os brancos e nulos, 3,4%. Com esses números, poderia dar primeiro turno com vitória para Pazolini.

No levantamento espontâneo, sem indicar os nomes dos candidatos, Pazolini mantém a liderança, com 46% contra 15% de Coser, seguidos de Camila Valadão, com 2,5%; Luiz Paulo, com 2%; Assumção, com 1,8% e Du, com 0,2%. Indecisos marcam 25,8% e “ninguém, branco ou nulo”, 5,6%. Apesar dessa fatia relevante do eleitorado, outro índice importante, de rejeição, é desfavorável a Coser. Ele lidera a marca negativa, com 37,9%, e Assumção vem em segundo, com 34,4%; Camila tem 29,9%; e Luiz Paulo, 18,9%. Pazolini aparece em quinto, com 12,7%, e Du é o último, com 10,7%.

Comenta-se, nos meios políticos, que a possibilidade do pleito terminar no primeiro turno só poderia se alterar caso ocorra na campanha a divulgação de peças mais consistentes do ponto de vista político-eleitoral, que ultrapassem os repetitivos feitos da administração João Coser.

Embora apontada como uma das melhores das duas últimas décadas, colar a campanha apenas na boa gestão na Prefeitura de Vitória não vem despertando o eleitor da forma como deveria, envolvido com questões mais recentes, relacionadas a áreas de bom desempenho do governo federal, que, pelo menos até agora, só aparece discretamente na propaganda veiculada.

O palanque de João Coser é prioritário para o PT, por se tratar de uma Capital de Estado, dentro da estratégia montada para 2026, na tentativa de reeleger o presidente Lula em 2026 ou outro nome do partido, para impedir o retorno do regime autoritário e neoliberal do bolsonarismo, uma ameaça à democracia e à soberania do país. Com Pazolini eleito, o Estado garante a aliança com esse setor, por meio do atual governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).

Apesar dessa relevância, a campanha segue ignorando temas socioeconômicos ligados diretamente ao dia a dia da população, alguns citados no programa de governo, sem merecer, no entanto, um tratamento mais destacado. Junta-se a esse quadro, o distanciamento da campanha de outras lideranças do partido, inclusive da direção estadual e, principalmente, da militância.

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