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Divergências entre bolsonaristas embolam articulações políticas do PTB

Marcus Vinicius, presidente nacional do PTB, Assis e Bruno Lourenço, em Brasília, em foto para parecer que “tudo vai bem”

A substituição da Executiva do PTB no Espírito Santo, resultante de divergências entre grupos bolsonaristas a partir de atritos na direção nacional da legenda, cria impedimento a articulações cujo desfecho toca em pré-candidaturas do campo da direita conservadora. A mudança na cúpula partidária, divulgada por Século Diário na noite dessa terça-feira (8), altera também a configuração eleitoral, levando em conta que o novo presidente estadual, deputado Adilson Espindula, é alinhado ao governador Renato Casagrande (PSB).

Os movimentos que culminaram com a saída do empresário Bruno Lourenço da presidência do partido – e com ele toda a direção estadual -, atingem em cheio as pré-candidaturas a deputado federal do Tenente Assis, até então o maior influenciador nas decisões da legenda no Estado. Envolvem também a movimentação do pré-candidato ao governo Carlos Manato (PL) e coloca em risco a reeleição da deputada federal Soraya (de saída do PSL),  com quem ele é casado, por falta de apoio partidário.

A nova direção, liderada pelo deputado Adilson, que havia se recusado a confirmar a alteração desde segunda-feira (7), escalou Gustavo Lourenço Rocha, indicado como tesoureiro da sigla, para confirmar a decisão da Nacional. Exatamente às 21h45 dessa terça (8), ele fez contato telefônico com Século Diário, no qual reafirmou a veracidade da notícia, divulgada poucas horas antes.

Já a direção que sai aponta, por sua assessoria, que houve “fraude em uma destituição feita ilegalmente; estamos pegando todos os documentos”, ressaltando “atos criminosos da ex-presidente nacional do partido, Graciele Nienov”. Pouco antes da confirmação da mudança da diretoria, na noite dessa terça-feira, Assis e Bruno Lourenço, então presidente da Estadual, se encontravam em Brasília, reunidos com o presidente da Nacional, Marcus Vinicius de Vasconcelos Ferreira, ex-genro de Roberto Jefferson, eleito para o cargo há um mês. O encontro seria, segundo a assessoria, para discutir a formação de chapas e novas filiações.    

O embate pelo controle do PTB ocorre entre os grupos do ex-deputado federal Roberto Jefferson, em prisão domiciliar, e da ex-presidente Graciele Nienov, que conseguiu retomar as senhas administrativas junto à Justiça Eleitoral. Ato assinado pelo ministro Edson Fachin nessa segunda-feira (7), do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), confirma a presidência do PTB para Marcos Vinícius, devolvendo-lhe as senhas. Mesmo assim, a briga não terminou.

Da mesma forma, no Espírito Santo a diretoria destituída pretende contestar a decisão e afirma “que irá responsabilizar o deputado Adilson Espindula” por ter participado da articulação, retomando a presidência do partido, cargo já ocupado por ele. O temor maior é o PTB se aliar a Casagrande, como ocorreu com o PSL, legenda de oposição ao governo hoje dirigida pelo deputado Alexandre Quintino, da base do governador na Assembleia Legislativa.

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