As agressões verbais e ameaças ocorridas na última quinta-feira (21) na sede estadual do MDB colocam em risco as eleições dos dirigentes para os próximos dois anos, previstas para a próxima sexta-feira (29), segundo o advogado Sirlei Almeida, representante da Comissão Provisória do partido. O pleito poderá ser suspenso caso a Justiça acate recurso da Comissão a fim de cassar a liminar concedida ao deputado José Esmeraldo autorizando-o a conduzir o processo eleitoral, fato que também foi comunicado à Executiva Nacional, que poderá decretar a suspensão.
Nesta segunda-feira (25), o MDB divulgou comunicado informando que o expediente na sede continua suspenso por período indeterminado, devido ao clima de instabilidade registrado no local. Essas ocorrências estão relacionadas ao registo das chapas “Muda MDB”, do deputado José Esmeraldo e do ex-deputado federal Marcelino Fraga, e “MDB Independente”, liderada pelo atual presidente, Lelo Coimbra. A sede permanece fechada desde essa sábado (23).
O advogado Sirlei Almeida afirmou que o deputado estadual José Esmeraldo, juntamente com o também advogado Luciano Ceoto, iniciou as agressões verbais ao chegar ao partido, na manhã de quinta-feira, intimidando funcionários e assumindo funções de forma arbitrária, extrapolando o conteúdo da liminar da Justiça que o autoriza a conduzir o processo eleitoral.
“O deputado agiu como um tirano, sentou-se na cadeira da Presidência, intimidou funcionários e tentou proibir a minha presença no local, como se a Comissão não existisse”, comenta Sirlei Almeida, que é advogado do MDB há mais de 15 anos. “O deputado agiu como se a Comissão Provisória tivesse sido destituída e a liminar não diz isso”, ressalta Sirlei.
No comunicado sobre a suspensão do expediente por tempo indeterminado, o partido explica: “(…) devido aos recentes acontecimentos de invasão à sede do MDB-ES, agressões e ameaçadas a colaboradores do partido (amplamente divulgados pela imprensa), a Comissão Estadual do MDB-ES, temendo pela segurança física dos mesmos, bem como pelo comprometimento da integridade partidária, resolve manter suspenso por período indeterminado o expediente na sede”.
“Mentiroso”, “Vagabundo”, “Quem está na Lava Jato?” foram algumas ofensas proferidas na quinta pelos advogados Sirlei Almeida, do MDB, e Luciano Ceoto, da chapa de oposição coordenada pelo deputado estadual José Esmeraldo. As agressões ocorreram na sede do partido, na Enseada do Suá, Vitória, e em meio a um tumulto entre funcionários e filiados à sigla.
Na ocasião, Sirlei Almeida, Luciano Ceoto e outros membros do partido acertavam detalhes para a formação de chapas, depois da decisão judicial que nomeou o deputado José Esmeraldo como condutor do processo eleitoral da convenção para escolha da executiva estadual, marcada para sexta-feira (29) na Assembleia.
As duas chapas foram inscritas no último sábado, em sessão para exame de documentação dos candidatos presidida pelo deputado estadual José Esmeraldo, autorizado por decisão judicial, em um hotel na praia de Camburi. O local foi definido depois que a Comissão Provisória do partido manteve a sede do partido fechada, no sábado (23), em decorrência de tumulto e agressões verbais entre membros das duas chapas.