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Eleitor tem maior nível de exigência, dizem especialistas em pesquisa eleitoral

Com o acesso à informação facilitado pelas redes sociais, o eleitor apresenta, a cada dia, maior nível de exigência. A afirmação é de especialistas em pesquisas eleitorais, envolvidas em um volume de trabalho em escala ascendente por conta das eleições municipais de outubro desse ano, quando serão escolhidos, pelo voto direto, prefeitos e vereadores.  

Viviane Medeiros Chaia, do Instituto Brand, e Rita Abreu, da Enquet Pesquisas, concordam que o eleitor, hoje, busca entre as lideranças políticas características ignoradas até bem pouco tempo. Viviane explica que a partir do crescimento das redes sociais o cenário mudou. “Na era PH {ex-governador Paulo Hartung], por exemplo, havia muita manipulação através da imprensa”, comenta Viviana Medeiros Chaia. 

Rita Abreu aponta que “existem referências relevantes do eleitor, que passou por experiências muito intensas nas últimas eleições e hoje trabalha num nível de exigência maior”. Rita destaca que a fase atual é de uma espécie de avaliação da mudança que o eleitor queria. 

Estilo, referências, potencial de votos e se não tem “rabo preso” são alguns dos atributos das lideranças políticas que os institutos de pesquisas de opinião buscam junto ao eleitorado, para identificar candidatos nas eleições municipais de outubro desse ano. Pesam na balança dos partidos critérios técnicos e políticos, formatados por meio de um trabalho de “auscultar” o eleitorado, como afirma a socióloga Viviane Chaia:

“São informações científicas e técnicas nessa fase em que o eleitorado é “auscultado”, comenta, e acrescenta que por vezes ocorrem discordâncias, com maior peso para a decisão política em torno de nomes de candidatos”. No entanto, ela destaca: “Não temos hoje nenhum político com peso para definir o que ele quer”, diz, e cita exemplos: 

“Vidigal {Sérgio Vidigal, deputado federal e ex-prefeito da Serra] elegeu Audífax [Audífax Barcelos, atual prefeito da Serra, hoje desafeto de Vidigal], bem como Lula elegeu Dilma. Hoje, isso não ocorre mais, uma mudança ocorrida a partir do crescimento das redes sociais, segundo a especialista, que destaca ainda uma redução benéfica no volume das fake news, muito utilizadas em eleições anteriores. 

Rita Abreu também aponta que o cenário mudou e atualmente o eleitor avalia as consequências do seu voto, gerada pelo desejo de mudança na eleição anterior, o que resultou em muita gente nova na política, buscando maior nível de politização. 

A especialista destaca, no entanto, que o trabalho dos institutos ainda se encontra em desenvolvimento no âmbito dos partidos, considerando que somente depois do Carnaval o eleitor irá olhar de forma mais específica para os candidatos. 

Nos partidos, onde as decisões são tomadas, uma batalha silenciosa se desenvolve, tendo como ponto central levantamentos realizados para consumo interno, que, juntamente com as pesquisas de opinião, irão definir quem será candidato. O PSB de Vitória, por exemplo, tem dois pré-candidatos a prefeito, o deputado estadual Sergio Majeski e o vice-prefeito, Sérgio de Sá.

O parlamentar é conhecido por conduzir um mandato de forma correta, enquanto o vice-prefeito é apontado como bom gestor. Nesse caso, dizem lideranças políticas que preferem o anonimato, a decisão será política, com outros fatores a serem considerados, incluindo o posicionamento do governador Renato Casagrande, a mais influente liderança do partido no Estado. 

No partido Republicanos, outro exemplo, o deputado federal Amaro Neto, o mais bem avaliado em termos de potencial eleitoral, segundo levantamentos internos, deve ser candidato em Vitória, o mais provável, ou  optar pela Serra, dependendo de nomes que poderão ser pontuados nas pesquisas.  

Amaro começa a influenciar o eleitorado da Grande Vitória, como em Vila Velha, ao aparecer ao lado do pré-candidato a prefeito pelo MDB, Dr, Hércules, deixando em posição desconfortável o deputado estadual Hudson Leal (Republicanos), anunciado como o nome para disputar as eleições no município. 

No PSL, partido que representa o governo de extrema-direita no Estado, o nome escolhido foi o do deputado Capitão Assumção, segundo critérios meramente políticos, deixando em situação desfavorável o ex-deputado federal Carlos Manato. 

 

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