Sergio Vidigal desponta como alternativa para concorrer ao governo
A eleição de Weverson Meireles a prefeito da Serra, no segundo turno encerrado nesse domingo (27), representa a única vitória de um partido de centro-esquerda, o PDT, comandado no Estado pelo prefeito do município, Sergio Vidigal, que desponta como uma alternativa, caso o atual cenário mude, para concorrer ao governo em 2026. De início, ele rejeita a ideia e diz apoiar o vice-governador, Ricardo Ferraço (MDB), mas se mantém com o peso de uma das mais fortes lideranças no Espírito Santo.
A disputa se daria com representantes da direita bolsonarista, como o prefeito reeleito da Capital, Lorenzo Pazolini (Republicanos), oposição ao grupo do governador Renato Casagrande (PSB), o próprio Ferraço e o também reeleito Arnaldinho Borgo (Podemos), de Vila Velha.
Finalizado o processo eleitoral, o mundo político se volta para as próximas eleições gerais, de âmbito nacional, em articulações para a Presidência da República, governador, duas vagas ao Senado, 10 de deputados federais e 30 estaduais, no Espírito Santo, que envolvem prefeitos e vereadores. Ao investir seu capital político no até então desconhecido Weverson, Vidigal se cacifa para voos maiores, unido a Casagrande, também de centro, potencial concorrente ao Senado.
O governador trabalha com o nome do vice para sucedê-lo. No entanto, o segundo turno na Serra, comentam os meios políticos, qualifica Vidigal por sua capacidade de bancar a campanha e transferir votos em todas as camadas sociais para um desconhecido e estreante na política. É outro nome a concorrer com o vice, internamente, na preferência do governador para 2026. No tabuleiro das preferências, figura também Arnaldinho, reeleito com ampla votação, 79%, embora ele também já tenha negado publicamente que será candidato em 2026.
Já Lorenzo Pazolini, vitorioso no primeiro turno, liquidando o candidato do PT, João Coser, sofreu revés na Serra, onde atuou como cabo eleitoral do bolsonarista Pablo Muribeca (Republicanos). A derrota atinge não só prefeito, apontado como candidato ao governo, como também o seu grupo político, comandado pelo ex-deputado estadual Erick Musso, presidente do Republicanos.
Esse bloco é o braço político da Igreja Universal, do empresário da fé Edir Macedo, ligado a movimentos de extrema direita, em nível nacional, que se forma em torno do governador paulista, Tarcísio de Freitas, com o apoio de lideranças moderadas, como o presidente do MDB, de Ricardo Ferraço, deputado federal Baleia Rossi.
Outro ator nesse cenário de crescimento da direita é o presidente do PP no Estado, deputado federal Da Vitória. Um dia depois do segundo turno, ele postou nas redes sociais que o partido “quase dobrou o número de vereadores eleitos no Espírito Santo. Saltamos de 67 eleitos em 2020 para 121 agora”. Apesar da derrota do candidato do seu partido na Serra, Audifax Barcelos, o parlamentar segue sinalizando que está no jogo, pelo menos para disputar o Senado.
No ranking de vereadores, o PP ocupa o terceiro lugar; atrás do PSB, com 129; e do Podemos, 122; e na frente do MDB, 76; Republicanos, 74; PL, 57; PSD, 57; PSDB, 55; União Brasil, 38; PDT, 31; PRD, 26; DC, 5; PT, 13; PV, 11; Rede, 10; Agir, nove; Solidariedade, seis; Mobiliza, três; Novo, três; Cidadania, dois; PRTB, dois; e Psol, um.
O levantamento mostra que a rejeição ao PT na maioria das cidades é uma realidade e o partido carece de novas lideranças. Exemplo foi a derrota de João Coser para Pazolini, que reforçou o campo da direita e da extrema direita na Capital e no restante do Espírito Santo, mantendo aceso o bolsonarismo, agora já sem tanta influência do ex-presidente Jair Bolsonaro, que começa a desidratar politicamente.