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Entidade de igrejas latino-americanas divulga carta de apoio à democracia

Integrantes de igrejas do Clai Brasil participaram do ato ecumênico pró-Lula em Vitória, no mês passado

Em meio ao silêncio de pastores e entidades evangélicas que apoiaram a extrema direita bolsonarista, registrado depois da vitória do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e da reeleição do governador Renato Casagrande (PSB), o Conselho Latino-Americano de Igrejas (Clai-Brasil), que inclui lideranças religiosas no Espírito Santo, divulgou uma “Carta do Brasil”, na qual exalta a democracia e clama pela paz. “Alegrem-se na esperança, sejam pacientes na tribulação e perseverem na oração”, conclama o documento, citando o texto bíblico de Romanos 12:12.

O Clai Brasil é integrado por membros da Igreja Presbiteriana Independente, Igreja Metodista, Centro Ecumênico de Serviços Evangelização e Educação Popular e Igreja Presbiteriana Unida, e teve membros participando de um culto ecumênico, seguido de ato político, em 27 de outubro, na Praça dos Desejos, em Vitória, na celebração do aniversário de 77 anos de Lula, com a presença da ex-ministra e deputada federal eleita por São Paulo, Marina Silva (Rede), que é evangélica.

A carta salienta a importância de um compromisso com a normalidade democrática, o respeito ao rito eleitoral e a posse dos eleitos. “Como mensageiros da Paz, discípulos e discípulas do Príncipe da Paz, clamamos aos nossos irmãos e irmãs, que em gesto de unidade cristã, defendamos a democracia brasileira, o Estado de direito e a paz”.

“No dia 30 de outubro de 2022, tivemos o segundo pleito do rito democrático para a escolha do novo presidente da República Federativa do Brasil e de outros 12 governadores”, lembra o texto, que ressalta: “O Clai Brasil deseja que o próximo governo eleito seja exitoso em garantir a democracia, a paz, a justiça social, a solidariedade e a fraternidade. Que cada ato do governo eleito tenha como principal objetivo a emancipação do povo e sua qualidade de vida, especialmente em favor dos mais desfavorecidos”.

Para as lideranças religiosas do Clai Brasil, a busca do diálogo é essencial e, de outro lado, condenam a violência. “Não provoquemos nem nos deixemos levar por provocações, lembrando sempre que nosso Cristo orientou a Pedro que abaixasse a sua espada em um momento de grande tensão e injustiça. E isto, a começar no seio da família, amigos e comunidades de fé!”.

O documento acrescenta: “Preservemos nossa democracia em benefício do nosso povo que teve seu direito de voto garantido. (…) Abençoem e não os amaldiçoem (…) Não sejam sábios aos seus próprios olhos. Não retribuam a ninguém mal por mal. Procurem fazer o que é correto aos olhos de todos. Façam todo o possível para viver em paz com todos (…) Não se deixem vencer pelo mal, mas vençam o mal com o bem. (Romanos 12:14-21)”.

Lembra a carta ainda que “Deus instituiu as autoridades para nossos governos, mas não nos deixou desemparados quanto às instruções de como devemos sustentar estas autoridades. A Sua Palavra nos ensina que o amor ao próximo, a justiça, a paz, a ajuda aos oprimidos, o cuidado com os pobres e vulneráveis, a busca pelo comum em detrimento do interesse próprio são princípios para uma autoridade que, sendo cristã ou não em sua pessoalidade, tem a responsabilidade ao conduzir um povo”.

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