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Erick Musso encerra ano legislativo e não cita Casagrande em discurso

Presidente da Assembleia e Casagrande, agora em campos opostos, intensificam movimentos eleitorais para 2022

Leonardo Sá

O discurso de encerramento do ano legislativo feito pelo presidente da Assembleia, Erick Musso (Republicanos), nesta sexta-feira (17), desfaz por completo a fase colaborativa registrada até agora com o governo do Estado e marca o início de movimentos antagônicos entre os dois grupos políticos com vistas à sucessão estadual. De um lado, Erick e as ligações de seu partido com o presidente Jair Bolsonaro; de outro, o governador Renato Casagrande (PSB), favorável a uma terceira via para a presidência da República e pressionado para aceitar aliança com o PT.

Formam um cenário diferente do aparente alinhamento da época em que Musso foi reeleito para um terceiro mandato na presidência da Assembleia, no início deste ano, quando o apoio de Renato Casagrande representou um fator fundamental para ele se manter na função, em meio à uma eleição tumultuada, que só foi confirmada no Supremo Tribunal Federal (STF) em meados deste ano.

Ao excluir o Poder Executivo das referências elogiosas no pronunciamento na última sessão ordinária do ano, Erick Musso, agora pré-candidato ao governo, se coloca em oposição ao atual ocupante do cargo, concorrente natural à reeleição, e assume a postura de campanha eleitoral. No discurso, ele enfatizou as relações com setores do poder público, sem uma única citação ao governador.

“Quero ressaltar a importância de instituições, como o Poder Judiciário, o Ministério Público, o Tribunal de Contas do Espírito Santo, instituições independentes, mas harmônicas, que fazem deste Estado um lugar melhor para se morar e viver. Mas repudio a fala de alguns, que querem atacar as instituições, colocando-as como meramente objetos de politicagem ou de política eleitoral. Faço em minhas palavras a minha solidariedade e apoio a Polícia Federal, ao Ministério Público Federal e a Justiça Federal”, disse.

No mercado político, o discurso de Erick Musso carrega nas entrelinhas a desconstrução de falas do governador em entrevistas dadas nos últimos dias com o balanço das ações do governo, como acontece todo final de ano. O deputado disse que, se o “Executivo faz, só o faz como aval do Legislativo”, ao enumerar as 102 matérias encaminhadas pelo governo, todas acatadas.

Lembrou também que foram criadas 10 frentes parlamentares, propostas mais de oito mil indicações e feitos mais de 1.900 requerimentos de informação. “É o maior recorde de trabalho legislativo da história da Assembleia”, destacou.

O parlamentar fez um balanço da atuação da Assembleia, neste segundo ano de pandemia, e lembrou “do enfrentamento das dificuldades geradas pela crise sanitária, o compromisso dos parlamentares, o amadurecimento dos debates e o diálogo”.

“Promovemos uma discussão republicana em prol de nosso Estado. Cada um de vocês, deputadas e deputados, se mostraram aguerridos e trabalhando pelos capixabas, com sensibilidade na captação dos anseios da população. Mantivemos um diálogo aberto, democrático, transparente e com os olhares voltados na melhor qualidade de vida de nossa população. O balanço não é positivo, é superpositivo”, disse o deputado.

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