A presidente da Fenaj, Maria José Braga, aponta o presidente Bolsonaro como o responsável pela maioria dos casos
O Espírito Santo foi o Estado da região Sudeste com o menor número de agressões contra jornalistas em 2020, o ano mais violento para jornalistas brasileiros, com três casos registrados, segundo dados do “Mapa da violência contra jornalistas”, divulgado nesta terça-feira (26) pela federação nacional do setor, a Fenaj. O Sudeste, no entanto, mantém-se como a região em que mais ocorreram casos de violência direta contra jornalistas, uma tendência registrada nos últimos sete anos.
A presidente da Fenaj, Maria José Braga, em debate virtual promovido na parte da manhã, reforça a afirmativa do Mapa e aponta o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) como o maior responsável pelo aumento dos casos, com o “objetivo é claro, de tentar impedir a livre circulação jornalística para que pare da sociedade continue a ser informada por meio de informações falsas”.
A publicação aponta que “a maioria das agressões partiu do presidente Jair Bolsonaro, que pelo dever do ofício vive no Distrito Federal, mas todas elas tiveram o propósito de atingir os veículos de comunicação em geral e a categoria dos jornalistas”.
Na série histórica dos registros de ataques à liberdade de imprensa realizados pela Federação Nacional dos Jornalistas a partir da década de 1990, no ano de 2020 ocorreram 428 casos de violência, 105,77% a mais que o já alarmante número de 208 ocorrências, registradas em 2019.
“A explosão de casos está associada à sistemática ação do presidente da República, Jair Bolsonaro, para descredibilizar a imprensa e à ação de seus apoiadores contra veículos de comunicação social e contra os jornalistas. Ela começou em 2019 e agravou-se em 2020, quando a cobertura jornalística da pandemia provocada pelo novo coronavírus foi pretexto para dezenas de ataques do presidente e dos que o seguiram na negação da crise sanitária”, revela o Mapa.
O Centro-Oeste foi a região brasileira com maior número de atentados à liberdade de imprensa no de ano de 2020, com 130 casos de violência contra jornalistas e ataques à liberdade de imprensa, totalizando 48,55% do total. O Distrito Federal foi a unidade federativa campeã em números de casos, com 120 ocorrências (43,48%). Nesse quantitativo foram incluídos os 76 registros de censuras na Empresa Brasil de Comunicação (EBC)
A Região Sudeste passou o ocupar a condição de segunda mais violenta para o exercício da profissão, com 78 ocorrências (28,26% do total). O Estado de São Paulo foi o mais violento da região e o segundo em nível nacional com 49 casos (17,75% do total). No Rio de Janeiro, foram 14 registros e, em Minas Gerais, 12..
