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Ex-prefeito tenta emplacar irmãos na disputa pela Prefeitura de Itapemirim

Cassado em 2022, Thiago Peçanha mantém influência no município e se articula com outros pré-candidatos

Redes Sociais

Thiago Peçanha (PSB), político cassado em 2022 do cargo de prefeito de Itapemirim, no litoral sul do Estado, está inelegível. Mesmo assim, continua influente na política local. Nas últimas semanas, começaram a surgir rumores de que André ou Luciana Peçanha, que são seus irmãos, poderiam aparecer liderando uma chapa na disputa majoritária nas eleições de outubro deste ano.

O nome de Luciana, que é secretária de Mulheres do diretório municipal do Partido Socialista Brasileiro (PSB), começou a circular como possível escolhida de Thiago na semana passada. Já André Peçanha ganhou força nos últimos dias. Atualmente, ele é presidente do PSB em Itapemirim. Em julho de 2020, chegou a ser detido por posse irregular de arma de fogo, após um casal que se sentiu ameaçado apresentar queixa na polícia.

Nesse fim de semana, passou a ser compartilhada em grupos de mensagens e redes sociais uma foto do pré-candidato Alex da Saúde (Podemos) junto a integrantes dos grupos de Thiago Peçanha, do vereador Zé Lima (PSD) e do contador e articulador político Zé Natal (sem partido). A imagem possui uma legenda informando que uma chapa teria sido fechada com André Peçanha como candidato a prefeito e Alex da Saúde como vice.

Questionado por Século Diário, Alex negou qualquer acerto com o grupo de Peçanha. Segundo ele, o que houve no fim de semana foi apenas uma conversa com o intuito de avaliar a possibilidade de uma aliança de oposição contra o atual prefeito, Doutor Antonio (União). Ele também pretende estender o diálogo a outros pré-candidatos, como Paulinho da Graúna (Republicanos) e Vinícius Viana (PL).

“Tomamos um café juntos, batemos um papo, conversamos sobre política e os movimentos, e tiramos uma foto juntos. Mas, por enquanto, é só um diálogo visando as convenções que vem aí, trazendo a possibilidade de os grupos andarem juntos. Mas isso de eu entrar como vice do André Peçanha é fake”, relata Alex.

Thiago Peçanha foi eleito vice-prefeito de Itapemirim em 2016, na chapa de Luciano Paiva. Mas Paiva foi afastado do cargo logo no início, devido a irregularidades em licitações, e Peçanha assumiu como prefeito a partir de 2017. Em 2020, Thiago se elegeu para um novo mandato.

A chapa de Thiago Peçanha e seu vice, Niltinho – quando ambos estavam no Republicanos – foi cassada em última instância em 2022, por abuso de poder político. De acordo com a alegação acatada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o então prefeito de Itapemirim aumentou em quase 60% o número de cargos comissionados em 2020, ano eleitoral, de forma irregular.

Encontro dos grupos de Thiago Peçanha e Alex da Saúde (ambos no centro). Foto: Redes Sociais

Mesmo com a condenação, Thiago Peçanha tem se colocado como pré-candidato a prefeito no processo eleitoral deste ano, e a indicação de um de seus irmãos para a disputa seria uma maneira de contornar seus problemas judiciais. Nos bastidores, porém, comenta-se que a condenação de Peçanha torna inelegíveis também seus parentes próximos, conforme os critérios da Lei Complementar 64/1990, que trata dos casos de inelegibilidade eleitoral.

Dessa forma, tudo seria uma jogada para o ex-prefeito manter influência no processo eleitoral: no fim das contas, ele ou algum de seus parentes serão impedidos de registrar a candidatura, abrindo espaço para a indicação de um aliado para ocupar o lugar a ser deixado vago.

Em mais uma tentativa de demonstrar força, Peçanha articulou um encontro do PSB, realizado no último dia 2, com a presença dos deputados estaduais Tyago Hoffmann (vice-líder de governo na Assembleia Legislativa) e Janete de Sá. Ironicamente, o responsável pela ação que resultou na cassação de Thiago Peçanha foi Rodrigo Bolelli, que até o início do ano era o presidente do PSB em Itapemrim e ainda ocupa cargo no diretório municipal da sigla.

Os demais pré-candidatos a prefeito de Itapemirim incluem o atual chefe do Executivo, Doutor Antonio (União), que definiu a escolha do policial militar e empresário Ernane Silva (sem partido) como seu vice; a artesã Claudia Carvalho (Psol); o presidente da Câmara de Vereadores Paulinho da Graúna (Republicanos); o vereador João Bechara (PSDB); o dentista Geninho Bechara (PDT); e o empresário bolsonarista Vinicius Viana (PL).

Século Diário não conseguiu fazer contato com André, Luciana e Thiago Peçanha até o fechamento desta matéria.

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