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Ex-presidente do MDB no ES diz que partido está morrendo por falta de comando

Lelo Coimbra aponta que o partido  o MDB não terá legenda para deputados nas eleições de outubro

A crise iniciada com o desligamento do então governador Paulo Hartung, seguida de um desempenho abaixo do esperado nas eleições, em 2018, está levando o MDB no Espírito Santo a uma situação de “inanição”, que poderá levá-lo à morte. Essa é a previsão do ex-presidente do partido, ex-deputado federal Lelo Coimbra, uma das poucas lideranças que permaneceu no partido, no embate que provocou a expulsão do deputado estadual José Esmeraldo e do ex-deputado federal Marcelino Fraga, em 2021.

A perspectiva do MDB no Espírito Santo é inversa à situação do partido registrada há quatro anos, quando ostentava entre seus membros o então governador do Estado e era dono da maior bancada na Assembleia, com quatro deputados. Hoje, segundo Lelo, com a bancada reduzida a um deputado, o MDB passa por “uma absoluta inércia produzida por Rose”.

“Perdeu os aliados com os quais entrou no partido, Marcelino e José Esmeraldo, perde uma companheira de longa jornada, Luzia Toledo, que está saindo para se viabilizar candidata em outra legenda, e Hércules Silveira, que negocia seu ingresso em outro partido para se viabilizar, pois o MDB não terá legenda para deputados”, afirma Lelo, que, na mesma situação de outros emedebistas,  trabalha para disputar a Câmara Federal e deve seguir o mesmo rumo, deixando o partido. 

Lelo aponta a senadora Rose de Freitas, presidente da comissão provisória, como responsável pelo agravamento da situação. “Ninguém quer ficar à mercê de um comando que não comanda, e o pior, só quer garantia de legenda e fundo partidário, o resto que se dane!”. Ele destaca que “a senadora desmontou 22 dos 46 diretórios e deixou sem movimentação o restante dos diretórios ou comissões provisórias”.

Essa situação, segundo o ex-deputado, que foi secretário Especial de Desenvolvimento Social no governo Bolsonaro, tem como uma das causas o alinhamento de Rose com o governador Renato Casagrande (PSB). “A crise no MDB teve sua conclusão na virada de janeiro para fevereiro de 2021, quando o partido faria sua convenção estadual e iniciaria a construção das chapas para federal e estadual, com Guerino Zanon [prefeito de Linhares] como candidato ao governo pelo partido”.

Segundo Lelo, Rose aproveitou a necessidade do MDB de ampliar sua bancada no Senado, ingressou no partido e assumiu a presidência, em janeiro de 2021, ocupada por Lelo, “vinculando seu movimento ao relacionamento de aliança com Casagrande, fato que excluiu Guerino Zanon, de pronto. Ele deve sair do partido em breve para viabilizar sua candidatura em outra legenda”.

O prefeito de Linhares atua no campo do ex-governador Paulo Hartung (sem partido), que se movimenta nos bastidores e mantém entendimentos que incluem adversários políticos, como o ex-senador Magno Malta, coordenador do PL no Espírito Santo, partido que reúne políticos do “centrão” e ativistas da extrema direita, entre eles o presidente Jair Bolsonaro (PL).

“De fevereiro de 2021 a janeiro deste ano, aponta Lelo, Rose de Freitas fez uma reunião virtual com nove membros e uma presencial, com 15 pessoas. Ficou ausente do ES por 290 dias, instalando a inanição no MDB, que buscava dar a volta por cima e se reincorporar em 2021”. O ex-parlamentar contabiliza o desmonte de 22 dos 46 diretórios e ressalta a falta de movimentação do restante dos diretórios e das comissões provisórias.

“Dos 78 municípios nós tínhamos 46 diretórios eleitos, 24 com provisórias (se preparando para convenções) e oito em composição provisória. Hoje temos um partido com 25% de direções municipais, sem um comando regional, embora tenha uma comissão provisória de sete membros, renovada por três vezes (cada uma vez de 120 dias)”, diz.

Ele lamenta que ainda não haja chapa para deputado federal nem estadual, cujo prazo termina no dia 2 de abril próximo, seis meses antes das eleições de outubro. “A tendência é Rose ser candidata sozinha dependurada em Casagrande, que tem dito para as pessoas que não crê na viabilidade dela”, diz, e enfatiza:

“Todos os possíveis candidatos proporcionais do MDB sairão do partido e os que poderiam entrar não virão, muitos convidados têm memória da inércia da candidatura de Rose ao governo, em 2018, que vitimou a todos, exceto ao Contarato [Fabiano], que só precisava da legenda”.

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