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​Ex-reitor da Ufes defende frente ampla contra o fascismo

Reinaldo Centoducatte se manifestou por urgente união entre esquerda, liberais e sociais-democratas

Desde o fim de março fora do cargo de reitor que exerceu por oito anos na Universidade Federal do do Estado (Ufes) – além de outros oito anos como vice-reitor -, o professor universitário Reinaldo Centoducatte se manifestou publicamente nesta quarta-feira (17) em defesa da formação de uma frente ampla em defesa da democracia e para barrar o fascismo.

Para ele, o bolsonarismo “trabalha na perspectiva da montagem de um governo cujo objetivo central é implantar um regime de corte fascista no país, e a democracia não pode ter ilusões”, disse em texto publicado em suas redes sociais.

O professor lembrou que, historicamente, um governo fascista pode se instalar pela força, mas também por meio do aumento do poder da extrema direita com algum apoio social e parlamentar. “Não é isto que estamos assistindo no Brasil? Pois essa é a via do fascismo, e que é a preferencial no centro do poder bolsonarista, como os fatos evidenciam. Portanto, somente uma ampla frente em defesa da democracia é capaz de enfrentar esse retrocesso na vida brasileira”.

No entendimento de Reinaldo, ela deveria ser formada pela união de esquerdas, liberais, sociais-democratas e simpatizantes de outras matizes políticas, ideológicas e filosóficas que se identifiquem com o humanismo, a paz e o desenvolvimento humano.

Ele considera que Bolsonaro e o bolsonarismo tentam “desqualificar, desmoralizar e banalizar a democracia”, buscando desqualificar as instituições democráticas e colocá-las como inimigas do povo e do país, manipulando estruturas de governo e do Estado contra a democracia.

“A extrema direita no Brasil, particularmente, avançou em suas ações e em seu projeto de poder a partir da eleição de Bolsonaro, que resultou no advento do bolsonarismo. E alcançou esse novo patamar impulsionada por acontecimentos registrados nos últimos anos no Brasil, em que se revelaram a politização de decisões judiciais e a utilização das instituições de Estado para atender interesses políticos pessoais e objetivos de poder”, afirmou o ex-reitor, que critica tentativas de aparelhamento e controle do governo sobre instituições como a Polícia Federal, o Ministério Público Federal, a Controladoria-Geral da União.

Por isso, o apontamento do professor e ex-reitor é pela construção de um movimento socialmente representativo que possa barrar esse projeto bolsonarista. “Para tanto, é preciso que as diferenças entre partidos políticos e projetos de governo sejam superadas, sem que as correntes políticas tenham de abrir mão de posições e formulações estratégicas próprias. Neste momento grave do Brasil, uma ampla frente democrática não significa que nela estarão diluídos os projetos específicos”, apontou, apelando para a construção de uma agenda mínima a partir do diálogo entre diferentes forças antes que seja tarde. “A democracia é o único ambiente que possibilita a convivência dos contrários e as alternâncias de projetos de poder no país”.

Para Reinaldo Centoducatte, entre os anti-bolsonaristas não é o momento para potencializar as diferenças, exigir autocrítica ou cobrar por erros do passado, pois isso poderia inviabilizar a formação da frente ampla. “É fundamental ressaltar que, isoladamente, nenhuma força política do campo democrático é capaz de enfrentar o fascismo”, apontou.

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