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Ex-secretária da gestão Victor Coelho articula candidatura a prefeita de Cachoeiro

Márcia Bezerra está migrando do Podemos para o PRD e tem se aproximado do “grupo dos três”

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“Não existe mais o ‘grupo dos três’, agora temos o ‘grupo dos quatro'”. 

A fala é do secretário de Cidadania, Direitos Humanos e Trabalho de Vitória, Diego Libardi (Republicanos), e faz referência à aglutinação de Márcia Bezerra, ex-secretária de Desenvolvimento Social de Cachoeiro de Itapemirim, no sul do Estado, a um grupo de pré-candidatos a prefeitura que prometem caminhar juntos nas eleições municipais de outubro deste ano. Os deputados estaduais Allan Ferreira (Podemos) e Bruno Resende (União) vinham formando a trinca junto com Libardi

A aproximação explícita de Márcia – que está migrando do Podemos para o Partido Renovação Democrática (PRD) – se dá após sua saída da gestão do prefeito Victor Coelho (PSB), ocorrida neste mês de janeiro. “Dialogaremos com todos os partidos políticos. Temos tido boas conversas com o ‘grupo dos três’, que, assim como nós, pensam em construir projetos que atendam às necessidades da população Cachoeirense”, relata a ex-secretária. A formação do quarteto foi mencionada por Libardi durante uma reunião do grupo realizada nessa quarta-feira (24), no bairro Alto União, em Cachoeiro.

Márcia afirma que está prestes a assumir a presidência do PRD, uma sigla criada a partir da fusão entre Patriota e Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), cujo registro oficial aconteceu em novembro passado. O diretório municipal do PRD em Cachoeiro ainda não aparece nos registros do site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

“O Podemos é um partido pelo qual tenho muito respeito e carinho, no qual já estive presidente e, na ocasião, fizemos dois vereadores e o vice-prefeito [Coronel Ruy Guedes]. Hoje, diante da minha pré-candidatura, foi necessária a mudança de partido, mas tudo foi feito com diálogo e transparência com o Podemos, deixando as portas abertas”, explica.

A exoneração de Márcia da Prefeitura de Cachoeiro, onde atuou de 2017 a 2023, se deu em meio a mais de cem trocas de nomes promovidas por Coelho no Poder Executivo, logo no início de 2024. O objetivo do prefeito era tirar quem se opunha à pré-candidatura a prefeita da secretária municipal das pastas de Obras e Manutenção e Serviços, Lorena Vasques (PSB), e acomodar outros aliados.

Por conta da exclusão de quadros do Podemos do Poder Executivo, Allan Ferreira anunciou rompimento com a gestão de Victor Coelho, apesar de manter o apoio ao governador Renato Casagrande (PSB), mentor do atual prefeito cachoeirense.

Junto a Márcia, foram exoneradas outras pessoas que fizeram parte do grupo político de Glauber Coelho (falecido irmão de Victor Coelho), como Luana Fonseca, então secretária municipal de Cidadania, Trabalho e Direitos Humanos, e Paulinho Miranda, que era assessor especial de Governo.

O grupo se opunha à pré-candidatura de Lorena Vasques, e agora trabalha para ter Márcia Bezerra – que nunca escondeu seu desejo com a candidatura a prefeita – na disputa majoritária de Cachoeiro em outubro, seja encabeçando a chapa ou como vice de algum outro candidato.

Perguntada sobre o processo que resultou em sua exoneração, Márcia Bezerra não demonstrou rancor, mas deixou claro que, no que depender dela, seu tempo do Poder Executivo municipal de Cachoeiro ainda não acabou.

“Enquanto estive na Prefeitura de Cachoeiro, me dediquei cem por cento, implantando projetos e programas e fazendo entregas importantes para a população. Não tenho mágoa, mas acredito que posso colaborar muito mais com minha cidade”, comenta.

Outras pré-candidaturas

Outro forte pré-candidato a prefeito de Cachoeiro em 2024 é o vereador de extrema direita Júnior Corrêa (PL).O deputado estadual Theodorico Ferraço (PP), ex-prefeito de Cachoeiro em quatro mandatos, tem simpatia pela candidatura do parlamentar bolsonarista, e o pai de Júnior, Zezé da Cofril, passou a compor o diretório municipal do Partido Progressistas (PP) junto com Ferraço.

O partido Novo, que formou um novo diretório municipal em Cachoeiro, também tende a apoiar Júnior Corrêa, mas haveria uma preferência da direção estadual pelo “grupo dos três”.

No campo progressista, a principal pré-candidatura apresentada até o momento é a do ex-prefeito Carlos Casteglione (PT), que tem buscado dialogar com outras siglas progressistas, como a federação formada por Partido Socialismo e Liberdade (Psol) e Rede Sustentabilidade. Casteglione, que é subsecretário de Estado do Trabalho, Emprego e Geração de Renda, também busca diálogo com o Partido Socialista Brasileiro (PSB), mas Victor Coelho rechaça uma aliança com o Partido dos Trabalhadores.


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