Ane Halana ocupa o cargo em substituição a Toni Cabano, que esteve à frente do partido durante três anos
A advogada Ane Halama é a nova presidente do Psol no Espírito Santo. Substitui Toni Cabano, que esteve no cargo por três anos e acompanhou conquistas importante para o partido, com cerca de 19 anos de atuação no Estado. Ane é militante dos direitos humanos, formada pelo ProUni, sendo apresentada como mulher LGBTQIA+, ecossocialista, ativista pelo desencarceramento da população preta, pobre e periférica.
A dirigente partidária pretende dar prosseguimento à boa fase da legenda no Estado, com a recente chegada da deputada estadual Camila Valadão à Assembleia Legislativa, tendo sido eleita como a mais votada na história do Estado no pleito de 2022.
Com a vitória de Camila, sua vaga na Câmara de Vitória foi ocupada pelo suplente, o agora vereador André Moreira. Nessa configuração, o partido passa a ocupar pela primeira vez na sua história no Estado duas cadeiras nos espaços legislativos.
Apesar desse contexto, o Psol atravessa dificuldades internas, por conta da divisão de correntes políticas.
Tanto é assim que os dois membros com mandato – Camila e André – não pertencem à tendência de Ane Halana, a Ação Popular Socialista, que tem entre seus membros mais conhecidos a ex-deputada estadual por três mandatos, Brice Bragato.Atuação
Legenda mais à esquerda com assento em casas legislativas, o Psol protagonizou atos que foram destaque no cenário político nas eleições de 2022, como a ação na Justiça movida pela Executiva Estadual pedindo a cassação do mandato de deputado federal de Gilvan da Federal (PL). Segundo o partido, o parlamentar teria gastado muito mais do que arrecadou, gerando uma dívida que é de quase 80% do total utilizado durante a campanha eleitoral do ano passado.
Segundo a prestação de contas de Gilvan à Justiça Eleitoral, o candidato arrecadou R$ 121 mil, sendo R$ 100 mil do Fundo Especial de Financiamento de Campanha e o restante arrecadado de pessoas físicas. Contudo, a despesa foi de quase R$ 433 mil, ou seja, terminou com uma dívida de campanha de R$ 332 mil.
Outro movimento registrado nas eleições que demonstra parte dos problemas internos, foi a retirada da candidatura à Câmara Federal da professora Rafaella Machado, para atender à legislação, por falta de candidatos do gênero masculino para compor a chapa. A legislação eleitoral estabeleceu a cota de gênero, para ampliar a participação das mulheres na política. Entretanto, a decisão atinge tanto ao público feminino quanto ao masculino.
Para conseguir alcançar o mínimo de homens na disputa em cargo proporcional, como estabelece a Lei das Eleições, o Psol teve que abrir mão da professora Rafaella, para atender à exigência. A lei define um mínimo de 30% de candidaturas para cada gênero e o partido tinha menos que o exigido referente aos homens.