O deputado Amaro Neto, pré-candidato à reeleição, pode mudar os planos e disputar o Senado
O cenário político vai mudar para melhor. Pelo menos é o que projeta o mercado político com base na ampla possibilidade de 2022 vir a ser o último ano de Jair Bolsonaro na presidência da República, conforme pesquisas junto aos eleitores, que o rejeitam a cada dia, e, também, pela correlação de forças que se forma. No Espírito Santo, como em outros estados, forma-se uma situação que, consolidada, pode resultar em alterações no perfil da bancada capixaba no Congresso nacional, enfraquecendo o apoio ao atual governo.
A abertura de diálogos dos partidos do campo progressista, pela via das federações partidárias, é fator essencial para consolidar a derrocada do atual presidente e dar início a um novo ciclo democrático, abalado pelos retrocessos impostos à população pelo atual presidente. Esse contexto produz alterações nas conversas entre lideranças estaduais, em decorrência de particularidades que exigem sintonia com as decisões nacionais.
Dos dez deputados federais pelo Espírito Santo, seis são aliados de Bolsonaro, mas enfrentam dificuldades para acomodar os projetos políticos no ano que se inicia. Amaro Neto (Republicanos), Soraya Manato (PSL), Neucimar Fraga (PSD), Lauriete (PSC), Evair de Melo (PP) e Da Vitória (Cidadania), todos do campo conservador, buscam a reeleição, que, para alguns, há três anos parecia mais fácil. Hoje, não.
Amaro Neto, que pode ser levado a disputar o Senado, tem pela frente uma barreira, caso se consolide a debandada do seu partido do palanque de Bolsonaro para apoiar o juiz suspeito Sergio Moro, juntando-se ao Podemos, que é coordenado no Estado por Gilson Daniel, pré-candidato à Câmara e secretário de Planejamento da gestão Renato Casagrande (PSB) a partir de janeiro. Na mesma situação estão os outros integrantes da bancada que seguem a gestão bolsonarista.
Situação inversa aos partidos de esquerda. Animados com a liberação do ex-presidente Lula (PT) para disputar as eleições, o PCdoB, o Partido Verde e o PSB avançam em conversações para formar uma federação partidária, em nível nacional, cujos resultados, igualmente, erguem barreiras, a principal provocada pela pré-candidatura ao governo do senador Fabiano Contarato pelo PT. A aliança nacional não entra em sintonia com as articulações locais, por conta a reeleição ao governador Renato Casagrande.
O Partido Comunista do Brasil (PCdoB), perto de completar 100 anos de fundação, e a Unidade Popular (UP), ainda em formação no Espírito Santo, são duas legendas que tiveram a sobrevivência garantida com a instituição das federações partidárias. São dois partidos que podem ser beneficiados pela criação desse novo instituto do cenário político.
A federação foi concebida, em princípio, para salvar os partidos pequenos ameaçados pela barreira eleitoral, que afeta siglas com baixa representatividade no Congresso. Os grandes, como PT e PSB, também aderiram e ganham força. Analistas projetam pelo menos três federações, uma do Centrão, outra da esquerda e mais uma da chamada terceira via.