Prefeito foi afastado em outubro pela Justiça Federal, por suspeita de desvio de dinheiro público
Correligionários do prefeito eleito de São Mateus (norte do Estado), Daniel Santana Barbosa, o Daniel da Açaí (sem partido), promoveram uma festa nas ruas da cidade que varou a madrugada poucas horas depois de o ministro Humberto Martins, do Supremo Tribunal de Justiça (STJ), ter autorizado sua reintegração imediata ao cargo, do qual estava afastado desde outubro deste ano. A medida liminar, divulgada na noite desta dessa quarta-feira (22), tem validade até o julgamento do mérito. O prefeito reassumiu as funções na manhã desta quinta-feira (23).
Durante a comemoração, a secretária de Educação, Edna Rossim, foi flagrada, por volta da meia-noite, saindo do prédio da pasta municipal. Participantes da comemoração questionaram os motivos que a levaram a estar no local de trabalho naquele horário e, em vídeo divulgado nas redes sociais, mostraram Edna dirigindo um veículo branco, deixando o local apressadamente, em meio a protestos. Nesta quinta-feira (23), ela foi exonerada.
Daniel da Açaí foi preso em setembro deste ano, em uma operação da Polícia Federal, por suspeita de desvio de dinheiro público. Na casa dele foram encontrados R$ 400 mil em espécie e, em sua empresa, mais R$ 300 mil. Em outubro, a Justiça Federal anulou a prisão do prefeito e de mais cinco pessoas presas na mesma operação. Apesar de ter ganhado liberdade, Daniel foi afastado do cargo, sendo substituído pelo vice-prefeito, Ailton Caffeu (Cidadania).
A prisão ocorreu no desenrolar da Operação Minucius, que apura um esquema de supostas fraudes em licitações, superfaturamento de contratos e lavagem de dinheiro no município. Foram apontados como envolvidos, além do prefeito, a chefe de gabinete, Luana Zordan Palombo, e os empresários Caio Faria Donatelli, Yosho Santos, Gustavo Nunes Massete e João de Castro Moreira, o “João da Antártica”.
A operação que resultou na prisão de Daniel da Açaí foi deflagrada pela Polícia Federal com sete mandados de prisão temporária e 25 de busca e apreensão, em residências e empresas, sendo 19 em São Mateus, seis em Linhares e um em Vila Velha. A fraude se eleva a R$ 43,5 milhões.
À época, a Justiça determinou o afastamento das funções; a suspensão e entrega de passaportes; suspensão temporária da possibilidade de fazer contrato com o poder público; e a proibição de frequentar os prédios da Prefeitura de São Mateus.