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‘Fico’ não emplaca e deixa Hartung mais enfraquecido nas articulações

Durou menos de 24 horas o movimento para recolocar o governador Paulo Hartung no cenário político como candidato à reeleição. Anunciada nessa terça-feira (24), a ideia do “fico” se dissolveu na manhã desta quarta-feira (25), com a confirmação de que ele está fora da disputa ao governo, deixando a base sem muita opção de alianças. 

 A classe política foi surpreendida com o “balão de ensaio”, como está sendo chamada a tentativa de Hartung voltar à cena política como protagonista, que funcionou como efeito bumerangue, voltando-se contra ele, que sai ainda mais desgastado do que mostram as pesquisas eleitorais, com um nível de rejeição que passa dos 40%. 

O burburinho provocado com a notícia do “fico” de Hartung ocorre a 10 dias das convenções partidárias de 5 de agosto, prazo final para a indicação aos cargos que serão votados em 7 de outubro. Sem aceitação pelas principais lideranças, o movimento contou apenas com o apoio de poucos partidos, que já começam a abandonar o bloco hartunguista. 

Com a debandada, Hartung tem reduzida a sua influência nas articulações partidárias, principalmente depois que aliados de peso como o deputado federal Sérgio Vidigal, presidente do PDT no Estado, e o senador Ricardo Ferraço, que negocia pelo PSDB, fecharam aliança na terça-feira (24) com o ex-governador Renato Casagrande (PSB), líder nas pesquisas eleitorais na disputa ao palácio Anchieta.

O movimento do “fico” de Hartung, articulado com a participação do pré-candidato a deputado federal Neucimar Fraga (PSD) e do ex-secretário da Casa Civil, José Carlos da Fonseca Júnior, o Zé Carlinhos, envolveu também o vice-governador César Colnago (PSDB). 

Os três estiveram juntos desde as negociações com o bloco de 10 partidos formado depois da desistência à reeleição, dia 9 deste mês, que se dissolveu por falta de nomes para substituir Hartung. Os dois mais cotados, Ricardo Ferraço e o deputado estadual Amaro Neto (PRB), recusaram o convite, provocando racha entre os participantes.

Sem cabeça de chapa com potencial eleitoral, esse bloco está reduzido, praticamente, ao pré-candidato a deputado federal Neucimar Fraga (PSD), que depois que Hartung recuou e anunciou pela segunda vez a desistência à  reeleição, pretende dar visibilidade à pré-candidatura do professor Aridelmo Teixeira (PTB), ex-presidente da ONG Espírito Santo em Ação, estreante em disputas eleitorais. 

O desgaste do movimento, contrariando seus objetivos, fortalece as candidaturas de Renato Casagrande (PSB), que já lidera a corrida ao governo, e da senadora Rose de Freias (Podemos), que abrigava lideranças do bloco de Hartung, como Amaro Neto (PRB), que se distanciou das pressões palacianas, a fim de manter-se como pré-candidato ao Senado. 

Na manhã desta quarta-feira (25), aliados de Hartung reunidos para avaliar a situação, que os deixa em terreno pedregoso, lembraram que todo balão de ensaio tem vida curta, e pode ser muito perigoso. 

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