Palanque do senador para a disputa deste ano fica na dependência de acertos no plano nacional
O ninho petista no Espírito Santo se alvoroçou na tarde desta segunda-feira (7), com o anúncio da filiação do ex-governador paulista Geraldo Alckmin ao PSB, legenda liderada por Renato Casagrande no Estado, por representar a maior ameaça à pré-candidatura do senador Fabiano Contarato ao governo. Ele concorreria justamente com Casagrande nas eleições de outubro, um risco, no entanto, que, apesar do impacto, não é visto como definitivo. A filiação está prevista para até 20 de março.
“A pré-candidatura de Fabiano Contarato ao governo do Espírito Santo segue mantida”, aponta a assessoria do senador, que, desta forma, permanece fora do circulo das decisões, como “um bom soldado do partido”, segundo declarações suas já tornadas públicas. “Mais informações podem ser obtidas com a assessoria do Partido dos Trabalhadores”, complementa a assessoria.
Já no PT, a presidente da executiva estadual, Jackeline Rocha, uma das lideranças que levantou o nome de Contarato, aclamado também por outros dirigentes, a militância e simpatizantes, pede um tempo para retornar com um posicionamento. “É xadrez para profissionais”, comenta um ativista, que defende a pré-candidatura, ressalvando, por sua vez, que a prioridade é garantir a vitória do ex-presidente Lula sobre Jair Bolsonaro (PL) em outubro, tendo Alckmin na chapa como vice.
O ex-governador anunciou a filiação em uma reunião nesta segunda-feira, em ato com a presença do presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, do prefeito do Recife, João Campos, do também ex-governador paulista Márcio França, e do ex-prefeito de Campinas Jonas Donizete, segundo matérias divulgadas na imprensa nacional.
No encontro, foi discutida a necessidade de uma frente ampla contra Jair Bolsonaro já no primeiro turno da eleição presidencial. No entanto, a formação de uma federação entre as duas legendas permanece à parte, situação que, para um bom número de petistas, poderá ser a chave para manutenção da pré-candidatura de Contarato no Espírito Santo, cuja ameaça somente estaria consolidada caso haja a federação, que obriga uma aliança mais abrangente.
Segundo o noticiário nacional, Alckmin concordou em não participar das articulações do partido nos estados, nem mesmo em São Paulo, onde o ex-ministro Fernando Haddad (PT) e o ex-governador Márcio França (PSB) estão na disputa.