Alerta é do Sindsmuvi, que no Dia do Servidor, foi às ruas com pautas municipais e nacionais
Pela revisão da reforma da Previdência e reposição das perdas inflacionárias. Duas reivindicações à gestão do prefeito Lorenzo Pazolini (Republicanos) foram destacadas no ato realizado pelo Sindicato dos Servidores Municipais de Vitória (Sindsmuvi), em alusão ao Dia do Servidor, nesta quinta-feira (28), que contou com a participação de diversas outras representações sindicais.
A concentração foi na porta da Prefeitura de Vitória, de onde os manifestantes seguiram até a beira-mar, fechando duas faixas no sentido centro da cidade até o final da manhã, com distribuição de panfletos aos motoristas sobre as pautas de luta.
O Sindicato destaca que a previsão de orçamento enviada pelo Executivo à Câmara de Vereadores, para a folha de pagamento de pessoal de 2022, é R$ 80 milhões menor que a deste ano. “O prefeito vai reduzir em quê? Tirar ticket? Reduzir número de profissionais?”, questiona a entidade, na comunicação enviada aos trabalhadores e à população.
“Pois uma coisa é certa, repor inflação não vai, publicar edital e deixar os servidores dos quadros da saúde, geral e guarda terem progressão no plano de cargos e salários, também não”, aponta. Sobre concursos até 2024, complementa, estão previstos apenas para três categorias profissionais: educação especial, intérprete de libras e agente comunitário de saúde.
A revisão da reforma da Previdência Municipal, outro ponto de destaque na luta, precisa ser feita para sanar danos impostos pela forma autoritária com que foi votada na Câmara no primeiro dia do mandato de Pazolini, “sem diálogo, sem estudo dos impactos na vida dos servidores”, resultando em uma medida “cruel”, classifica o Sindsmuvi.
As reivindicações locais dialogam com pautas nacionais, como a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 32. “A reforma administrativa apresentada pelo governo federal atinge mais uma vez os servidores pequenos, excluindo juízes, desembargadores, políticos, dentre outros”, alerta a entidade sindical. “O que eles querem é referendar o famoso jogo do toma lá, dá cá, também conhecido como rachadinhas, favorecimentos de políticos, em troca de sujeira nos bastidores onde decidem a vida do povo”.
A contextualização nacional das lutas municipais também foi ressaltada pela presidente do Sindsmuvi, Waleska Timoteo, em fala realizada nessa quarta-feira (27), na sessão solene em homenagem aos servidores municipais.
“Em nível nacional [o ato de quinta-feira] é a luta contra a PEC 32 a reforma administrativa. A nível local, representa nossa voz ecoando dentro da prefeitura. Vamos fazer em algum momento Pazolini nos escutar. Vamos fazer em algum momento os vereadores, que aqui já afirmaram que o magistério sequer merece ganhar metade do salário, entenderem que nós, servidores, merecemos ser valorizados”.
O papel do sindicato, sublinhou Waleska Timoteo, “é explicitar a política que está dada no governo federal” e isso, acentua, “não é partidarizar o debate; é afirmar que a política em nível federal é política de extermínio sim: extermínio da população pobre, extermínio ao negar uma vacina, e agora por fim até falar que a vacina transmite HIV”, criticou, referindo-se a falas recentes do presidente Jair Bolsonaro nas redes sociais.
O grito “Fora Bolsonaro!”, ratificou, vai continuar ecoando nas manifestações da entidade. “Quando a gente coloca a necessidade de enfrentar o governo, ir para atos públicos, independente das retaliações, é porque acreditamos que o nosso poder é nas ruas, junto com o povo, lutando e defendendo as nossas bandeiras. Porque as perdas já estão aí explícitas. O ‘não’ como resposta já temos. A nossa conquista só vai vir de fato avançando dia após dia, construindo a consciência de classe e somando força com as entidades, com cada trabalhador e conscientizando”.
A folha de pagamento municipal de 2022, menor em R$ 80 milhões que a de 2021, aponta para uma “política de extermínio do nosso servidor público”, classificou. “Quem aposentar, ele não vai repor, vai reduzir pessoal. Além do sucateamento, vai cada vez mais nos explorar, exploração que já existe. Já vemos isso no PA [Pronto Atendimento], nas escolas…”, relatou.
Atualmente, informou, são 15 mil servidores na prefeitura da Capital, entre ativos e aposentados, “todos com processo de sucateamento de seus cargos e locais de trabalho”. A atual gestão, apontou, sequer publicou o edital do plano de cargos e salários, para minimamente garantir os planos da guarda, da saúde e do quadro geral”. Só nessas três categorias, disse, “são oito mil servidores” com suas carreiras estagnadas. As perdas salariais, por sua vez, já acumulam 30% somente na gestão passada de Luciano Rezende (Cidadania). “E a atual gestão sequer fala em repassar a inflação acumulada”.
Os atos públicos são fundamentais na luta pelos direitos, destacou Waleska. “A política de Pazolini não tem mesa de negociação, não responde a ofício”, atacou, citando o caso da manutenção das grávidas em trabalho remoto, só atendida mediante sentença favorável da justiça. “Porque para eles, é porta fechada. Mas se eles não nos escutam, nosso movimento é nas ruas, ecoa nas ruas, se dá com trabalhadores de outras categorias e com a população. Esse é o nosso papel. Servidores estaduais, federais, de qualquer município”, disse.
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Fala foi feita após ato dos servidores, que pediram apoio dos vereadores contra a reforma da Previdência de Vitória