Partidos de esquerda que integram a campanha “Fora Bolsonaro” realizarão novos protestos no dia 2 de outubro, anunciou a Central de Movimentos Populares (CMP), sediada em São Paulo, confirmado em Vitória por dirigentes partidários, militantes e representantes de centrais sindicais. “Não acreditamos no Bolsonaro, ele é um mentiroso contumaz, bate e recua. É o modus operandi dele. Seguiremos nas ruas até derrubá-lo”, afirma Raimundo Bonfim, coordenador nacional da CMP, apoiado pelo escritor e ativista Perly Cipriano (PT), do movimento Geração 68 e um dos coordenadores do movimento no Espírito Santo.
A campanha “Fora Bolsonaro” não participará do ato deste domingo (12), organizado pelo Movimento Brasil Livre (MBL), que em 2016 formou na linha de frente da ação que depôs a então presidente Dilma Rousseff. O grupo alinhou-se ao então presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (MDB), e Aécio Neves, candidato derrotado à Presidência da República pelo PSDB, entre outros defensores da política neoliberal – que entrega as riquezas do País e promove as privatizações – implantada na gestão de Michel Temer, que tomou o lugar de Dilma. Essa política é mantida no governo Bolsonaro.
“Todo movimento contra Bolsonaro é válido, mas não iremos participar porque eles não apresentam bandeiras sinalizando mudança na política econômica e nem apresentam um projeto para o Brasil”, argumenta Perly, destacando que o movimento reúne campos da direita que visam identificar a chamada terceira via para as eleições de 2022.
Além do protesto de outubro, a campanha Fora Bolsonaro anunciou novo protesto para 15 de novembro, dia da Proclamação da República.
Em Vitória, o ato de domingo, realizado pelo MBL e Vem pra Rua, será uma carreata que atravessará a Terceira Ponte, às 10h, sentido Vitória-Vila Velha.
Arrependimento
Em 2017, o jornal inglês The Guardian, porta-voz do liberalismo mundial, publicou uma matéria sobre o crescimento da direita no Brasil. Um trecho menciona a ligação do MBL com os irmãos David e Charles Koch, bilionários estadunidenses que financiam grupos de direita na América Latina, ligados a ações de dominação econômica na região.
Entre os valores e princípios do MBL, destacam-se pontos colocados em prática na gestão Jair Bolsonaro, por meio do ministro da Economia, Paulo Guedes, cujos resultados vêm gerando inflação perto dos 10%, desemprego, fome e miséria: “Fim dos monopólios estatais e privatização de empresas públicas e sociedades de economia mista, fim de toda forma de discriminação oficial instituída por meio de cotas raciais ou de gênero; progressivo aumento da participação do setor privado em serviços públicos passíveis de serem privatizados, tais como educação, saúde, infraestrutura, administração de serviços penitenciários, dentre outros; e fim dos monopólios estatais e privatização de empresas públicas e sociedades de economia mista”.