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Frei Paulão escolhe atual vice-prefeito para compor chapa em Muqui

Toninho Bernabé foi anunciado nessa quinta; ex-prefeito terá Camarão como único adversário nas eleições

Redes Sociais 

Frei Paulão (PSB), pré-candidato a prefeito de Muqui, no sul do Estado, definiu o vice de sua chapa nas eleições municipais de outubro deste ano: será o atual vice-prefeito do município, Toninho Bernabé (Podemos). O anúncio foi feito nessa quinta-feira (8), pelas redes sociais.

Agricultor, Toninho foi candidato a vereador em 2016 pelo Partido Social Democrático (PSD), ficando como suplente. Em 2020, era filiado ao Partido Democrático Trabalhista (PDT), quando se elegeu vice-prefeito na chapa de Cacalo (PSB). Segundo informações de bastidores, o diretório municipal do Partido Socialista Brasileiro (PSB) o considera uma figura conciliadora, uma espécie de segundo prefeito, que tem boa articulação com o governo estadual.

“[Toninho é] um homem dedicado, presente, trabalhador, que sabe cuidar das pessoas, e que fez, ao longo desses quatro anos, uma acolhida impressionante nesse mandato que está finalizando. Vamos juntos agora fazer melhor. Vamos cuidar das pessoas de Muqui”, saudou Frei Paulão.

Com essa movimentação, o PSB de Muqui consolida uma inusitada tentativa de “reeleição sem reeleição”. O atual prefeito é filiado ao partido e foi eleito em 2020 com o apoio de Frei Paulão. Ele poderia tentar mais um mandato, mas os socialistas preferiram apostar em Paulão para disputar o comando da prefeitura.

Em entrevista para Século Diário realizada no último mês de maio, Frei Paulão afirmou que estava tudo alinhado entre ele e Cacalo, e que o cenário lhe era bem favorável. De fato, o atual prefeito tem participado das atividades de pré-campanha de seu partido, mas, nos bastidores, a informação é de que Cacalo não ficou contente em ter sido preterido.

Frei Paulão foi prefeito de Muqui em dois mandatos, de 2001 a 2008, e secretário de Estado da Cultura, em 2011. Em 2016, foi novamente eleito, mas teve o registro de candidatura indeferido, com base na Lei da Ficha Limpa. O Tribunal de Contas da União (TCU) apontou irregularidades em um contrato da prefeitura para aquisição de ambulâncias de 2004, e ele foi condenado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ficando inelegível por oito anos.

Em 2019, o governador Renato Casagrande (PSB), seu aliado de longa da data, chegou a nomeá-lo subsecretário de Aquicultura e Pesca, mas teve que voltar atrás por causa da Lei da Ficha limpa capixaba. Reabilitado em 2023, foi nomeado novamente pelo governador, dessa vez como diretor de Segurança e Trânsito no Departamento Estadual de Trânsito (Detran-ES) – cargo do qual se desincompatibilizou este ano.

“Eu sinto que a sociedade quer me devolver o mandato que me foi tirado ilegitimamente. A sociedade não quer que eu entre apoiando um outro candidato, ela quer que o candidato seja eu. A sociedade conhece a minha administração, sabe a importância para o município de ter eu como gestor”, disse o ex-prefeito em entrevista.

A coligação partidária da chapa de Frei Paulão deverá ser formada por PSB, Podemos, União Brasil, Movimento Democrático Brasileiro (MDB) e Federação Brasil da Esperança – Partido dos Trabalhadores (PT), Partido Comunista do Brasil (PCdoB) e Partido Verde (PV).

Cenário eleitoral

Com a finalização do período de convenções partidárias, somente uma chapa de oposição se consolidou em Muqui, encabeçada por Sergio Luiz Anequim, o Camarão (PL), tendo José Marcos de Castro (PSDB) como vice.

Os dois são ex-vereadores e já concorreram na disputa majoritária de Muqui em outras ocasiões. Camarão esteve em cinco mandatos parlamentares, tendo inclusive ocupado a presidência da Câmara de Muqui em quatro legislaturas. Em 2017, foi prefeito interino por sete meses devido à cassação do registro de Frei Paulão. Ele também entrou na disputa majoritária em 2020, candidatando-se pelo extinto Democratas (DEM), e ficou em segundo lugar.

José Marcos, por sua vez, é dono de uma padaria em Muqui, e foi vereador de 2017 (ano em que também presidiu a Câmara no primeiro semestre) a 2020. Foi candidato a vice-prefeito em 2012. Nas eleições municipais de 2020, concorreu como candidato a prefeito pelo Republicanos e ficou em terceiro lugar.

Em Mimoso do Sul, município vizinho a Muqui, a disputa eleitoral também ficará polarizada: Peter Costa (Republicanos) e Paulinho Barros (PSB), atuais prefeito e vice-prefeito, respectivamente, tentarão a reeleição contra a chapa de Vaval (PT) e Evaldo Mazza (PDT).

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