Renzo Vasconcelos já abriu as portas do partido, para candidatura em 2024, mas deputado quer esperar julgamento do TRE
O deputado estadual Fabrício Gandini está a um passo de formalizar sua filiação ao PSD e se habilitar para concorrer, pela segunda vez, à Prefeitura de Vitória em 2024. Nessa terça-feira (6), a Procuradoria Regional Eleitoral do Espírito Santo deu parecer favorável ao parlamentar para sair do Cidadania, sem perder mandato.
A filiação ao PSD, apesar de ser mantida na lista de conversas sigilosas de Gandini, já foi comentada pelo presidente do partido, Renzo Vasconcelos. Ele disse que a decisão depende de Gandini, mas o deputado prefere esperar o final do julgamento do pedido dele pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE), para oficializar a alteração, já com a campanha eleitoral estruturada.
Gandini estava à frente do Cidadania no Estado, partido onde militou desde 2005, quando ainda era PPS, mas deixou a presidência e entrou com uma ação na Justiça, em 4 de julho, para se desfiliar. Ele está amparado por uma carta de anuência do partido, que se compromete em liberá-lo sem requerer o mandato, justificativa citada pelo procurador regional eleitoral substituto, Alexandre Senra em seu despacho.
“Considerando a anuência do partido, autorizando o desligamento sem a perda do mandato, a Procuradoria Regional Eleitoral opina pela procedência, devendo ser reconhecida a existência da justa causa à saída do requerente (Gandini) sem qualquer prejuízo ao exercício do mandato de deputado estadual”, afirmou o procurador.
A saída ocorre por conta do cenário político nacional e mudanças no programa partidário, em especial a aprovação da federação, que juntou o Cidadania com o PSDB, deixando-o sem espaço para articular e garantir a candidatura. No Cidadania, há a movimentação do ex-prefeito Luciano Rezende e, no PSDB, a do também ex-prefeito Luiz Paulo Vellozo Lucas, hoje o mais cotado a erguer o palanque. Outros nomes já foram citados no ninho tucano, como o deputado estadual Mazinho dos Anjos, e o ex-deputado Sergio Majeski, que tem feito críticas à condução das articulações pela legenda e deve deixá-la.
Após anunciar sua intenção de deixar a legenda, Gandini pediu a anuência do partido para liberá-lo e se afastou do cargo de presidente, para que os membros da sigla com poder de voto, presentes em assembleia, pudessem decidir pela liberação. Ainda assim, para ter um respaldo jurídico, ele entrou com uma ação declaratória de justa causa para desfiliação partidária no TRE.
Isso porque, nas eleições proporcionais, o mandato é do partido. A não ser em casos de expulsão, de anuência partidária ou no período de janela aberta para a troca de partido, a legenda, o suplente e até o Ministério Público podem requerer o mandato por infidelidade partidária.