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Governo faz nova tentativa e volta a explicar projeto na Assembleia

A fase do Grande Expediente da Assembleia Legislativa dessa terça-feira (12) foi marcada por uma nova tentativa de convencer a comunidade escolar sobre a viabilidade da implantação das Escolas de Ensino Médio em Turno Único no Estado – Projeto Escola Viva. Dessa vez foi o vice-presidente da ONG ES em Ação, Aridelmo Teixeira, quem tentou  explicar o projeto. 
 
A entidade é a patrocinadora do Instituto de Co-responsabilidade Educacional (ICE), que é o idealizador do projeto. Aridelmo fez uma explanação de cerca de 40 minutos aos parlamentares, disse que foram mais de seis anos visitando projetos e apresentou dados que mostravam a evasão em algumas escolas capixabas, o que justificaria uma mudança radical no atendimento aos estudantes já no segundo semestre deste ano em cinco escolas da rede estadual. 
 
O modelo do projeto teve início em Pernambuco, quando o ex-presidente da Philips do Brasil e presidente do Instituto de Corresponsabilidade pela Educação (ICE), Marcos Magalhães, visitou o Ginásio Pernambucano, que estava em condições precárias. 
 
Embora a entidade venda uma ideia de que o projeto é uma soluça exitosa naquele Estado, as informações do sindicato local são bem diferentes. Recentemente, o diretor do sindicato dos professores, Heleno Araújo, concedeu entrevista a Século Diário esclarecendo que hoje a situação das escolas e dos profissionais da educação em Pernambuco é bem diferente da ideia de excelência que se agrega ao Escola Viva. Quando concedeu a entrevista o magistério pernambucano estava em greve desde meados de abril.
 
De acordo com a Aridelmo, as bases da proposta seriam o protagonismo juvenil, formação continuada dos professores, corresponsabilidade, excelência na gestão, e replicabilidade. Mas isso é uma ideia que vem sendo apenas pregada, já que as diretrizes do projeto foram entregues na semana passada na Assembleia, embora o governo tenha tentado em abril aprovar o projeto em urgência, sem qualquer debate com a comunidade escolar. 
 
Outros pontos destacados por Aridelmo foram a infraestrutura necessária para as escolas receberem o projeto e o protagonismo dos estudantes. Esse, aliás, é um dos questionamentos apresentados pelos estudantes capixabas, já que a maioria das escolas não tem estrutura para abrigar um projeto transformador como se propõe o Escola Viva. Situação agravada no início do ano, com os cortes na saúde, que acabou aglomerando alunos com o fechamento de turmas, ação que foi denunciada ao Ministério Público Estadual (MPES).
 
Os conceitos do projeto seriam alunos e professores em tempo integral, salas temáticas, laboratórios de ciências, biblioteca geral e de referência, e três refeições diárias. 
 
Já o deputado Sergio Majeski (PSDB), presidente da Comissão de Ciência e Tecnologia, que vem realizando uma série de críticas ao projeto Escola Viva, fez vários questionamentos ao representante da ES em Ação. “Sobre a evasão escolar, qual a fundamentação? Tinha que ser realizada em pesquisas e não em dados. Nas metas e estratégias que se esperam alcançar há uma preocupação muito grande com resultados. Você disse que a escola precisa ser inovadora, participativa, mas os jovens não estão participando, esse projeto não está sendo discutindo com jovem nenhum. Só semana passada foi entregue a fundamentação teórico-metodológico. O financiamento é de quanto e até quando? Em Pernambuco tem cerca de 300 escolas e o próprio ICE diz que mais da metade não funciona por tempo integral e mesmo as que funcionam a maioria carece de mais infraestrutura”, ressaltou.

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