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Governo tenta influenciar disputa para manter oposição isolada na Assembleia

Disputa ao comando da Assembleia Legislativa, no dia 1º, deve ter os candidatos Vandinho Leite e Marcelo Santos

A eleição da mesa-diretora da Assembleia Legislativa, daqui a oito dias, em 1º de fevereiro, tomou maior impulso com a movimentação do bloco mais afinado com o governo, para desarticular a candidatura do deputado Vandinho Leite (PSDB) à presidência, que há 15 dias parecia assegurada, segundo os meios políticos. Nas conversas de bastidores, é apontado como favorito o nome do experiente deputado Marcelo Santos (Podemos), já no sexto mandato, dono de um extenso raio de articulação política, mantendo-se, por isso, sempre em posições mais vantajosas.

Os dois parlamentares aparecem como aliados do governador Renato Casagrande (PSB), cada um a seu modo, mas, se for levado em consideração o histórico de ambos, Marcelo aparece em melhor posição em termos de alinhamento à atual gestão, por manter um posicionamento mais discreto quando se trata de pontos discordantes com os objetivos do governo. Apesar desse cenário,  os dois mantêm as candidaturas.  

Ao contrário de Vandinho – ele esperava fechar a chapa nesta terça-feira (24) -, que  em vários momentos, chegou a se aliar ao campo da oposição radical, como em 2020, durante o auge da pandemia da Covid 19. É esse bloco que o governo pretende manter isolado, impedindo-o de participar da disputa. Em 2020, a divergência chegou ao ponto de a Procuradoria-Geral do Estado do Espírito Santo apresentar ao Ministério Público do Estado (MPES) uma notícia-crime contra deputados que fizeram uma “visita surpresa” ao Hospital Dório Silva, em Serra, na fase mais aguda do coronavírus.

A ação incluía Vandinho e os também deputados estaduais Capitão Assumção (PL) e Danilo Bahiense (PL), reeleitos, Lorenzo Pazolini (Republicanos), atual prefeito de Vitória, Torino Marques (PSL) e Carlos Von (DCM), que não foram reeleitos. A “invasão” ao hospital ocorreu depois de uma sugestão do então presidente Bolsonaro para que seus apoiadores “fiscalizassem” hospitais, dentro da campanha contra as medidas médico-sanitárias para conter o avanço da doença, que contribuiu para aumentar o número de mortes pelo vírus.

Os parlamentares permaneceram no Dório Silva por duas horas fazendo uma vistoria por conta própria, provocando protestos de autoridades científicas, principalmente porque nenhum dos parlamentares é médico nem compunham a Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa. Vandinho juntou-se ao bloco bolsonarista, cujos ataques tinham como alvo o governador Renato Casagrande (PSB) e o então secretário de Saúde, Nésio Fernandes (PCdoB), nomeado secretário de Atenção Primária à Saúde, do Ministério da Saúde no governo do presidente Lula.

As falas dos parlamentares demonstravam conteúdo político-ideológico, que ainda hoje repercutem de forma negativa para Vandinho, segundo lideranças políticas, cujo entendimento aponta que fatos como esses provocaram alterações nas articulações que colocaram Marcelo Santos em posição mais confortável. Um cenário que fica mais claro com a saída do bloco de Vandinho dos deputados eleitos Thiago Hoffmann (PSB), da extrema confiança de Casagrande, e João Coser (PT), seu aliado, e também do atual líder do governo, Dary Pagung (PSB).

Embora não se manifeste publicamente, Casagrande mantém na mira o bloco de oposição mais radical, liderado pelo deputado reeleito Capitão Assumção (PL), a fim de equilibrar a correlação de forças no Legislativo, que a partir de 1º de fevereiro terá o partido bolsonarista PL como a maior bancada. Fazem parte desse grupo o reeleito para mais um mandato Danilo Bahiense (PL), Callegari (PL), Zé Preto (PL), Coronel Weliton (PTB) e Bispo Alves (Republicanos). 

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