Carlão, do Sindicato dos Bancários, contesta projeto que inclui serviços bancários como essenciais
O Projeto de Lei (PL) 817/22, que propõe alteração da Lei de Greve, incluindo os serviços bancários como essenciais, seria votado nesta quarta-feira (14) na Comissão do Trabalho, Administração e Serviço Público (CTASP) da Câmara dos Deputados, mas foi retirado de pauta, podendo voltar a qualquer momento. A proposta tem sido criticada pela categoria, que a considera um cerceamento ao direito de greve, uma forma de beneficiar os banqueiros e causar prejuízos para os bancários e a população.
“Greve é o último instrumento, mas é legítima”, defende o diretor do Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Bancários do Espírito Santo (Sindibancários-ES), Carlos Pereira de Araújo, o Carlão.
A tramitação do PL, que é de autoria do deputado federal Kim Kataguiri (União-SP), é em caráter conclusivo, não sendo necessário ser submetido ao Plenário. Caso seja aprovado na Comissão, o próximo e último passo será a Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania.
Para ele o projeto vem ao encontro da necessidade de os banqueiros intensificarem ainda mais o processo de retirada de direitos dos trabalhadores e da população, pois as greves da categoria também têm um caráter social, uma vez que entre as pautas sempre estão ações como a redução das taxas de juros e criação de linhas de crédito para pequenos e médios empresários.
O sindicalista destaca como uma das iniciativas que aumentaram o desequilíbrio nessa relação o fato de que, ao mover ação judicial contra a empresa, caso a Justiça não dê ganho de causa ao trabalhador, ele tem que arcar com os honorários advocatícios pagos pelo patrão, conforme previsto na reforma Trabalhista.