Vinicius Querzone diz que a Frente pelo Estado de Direito é um contraponto à visão de grupos religiosos
“Fé, justiça e sociedade, o que a teologia da libertação tem com isso?” é o tema do encontro que a Frente Evangélica pelo Estado de Direito no Espírito Santo realiza no próximo dia 13, às 18h30, na Igreja Metodista Wesleyana da Praia de Itaparica, em Vila Velha. O mediador será Emerson Sbardelotti, doutor em Teologia, com base no livro Teologia da Libertação para Nossos Dias, de Marcelo Barros.
“Nosso movimento nasce como um contraponto ao teor ideológico do movimento evangélico brasileiro, que está impregnado com os valores da ideologia neoliberal; e as teologias atuais – do Domínio, da Prosperidade e da Batalha Espiritual – referendam o injusto sistema capitalista”, ressalta Vinícius Querzone, cabo da Polícia Militar, divulgador do encontro e integrante do Movimento Policiais Antifascistas.
Ele acrescenta que é necessário “romper com isso e nos voltarmos aos valores de Jesus, que defendeu a paz, a Justiça e o amor. Mas não um amor em abstrato, um amor que se compromete com os mais pobres, os desfavorecidos e os injustiçados desse mundo”.
O evento é ecumênico, gratuito e aberto ao público, seguindo o modelo de outros eventos da Frente Evangélica pelo Estado de Direito. O movimento, nascido no meio cristão evangélico, tem como objetivos promover a justiça social, a defesa de todos os direitos garantidos pela Constituição Brasileira (civis, políticos, sociais, econômicos, culturais) e pela legislação internacional de direitos humanos, lutando pela garantia do Estado Democrático de Direito.
A Frente surgiu nos anos 2015 e 2016, em protesto contra o impeachment da então presidente Dilma Rousseff (PT), considerado pelo grupo, liderado pelo pastor Ariovaldo Ramos, como um golpe de Estado.
O grupo mantém o nome “evangélico”, segundo o pastor Ariovaldo, para marcar a posição contrária à ação da chamada bancada evangélica no Congresso Nacional e de políticos que atuam pela desinformação. Teve intensa atuação no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em “momento de grande crise, aflição, angústia e incitação ao ódio vividos pela nação brasileira, com ataques frontais ao pleno exercício da democracia”.
Para seus integrantes, “a ausência de serenidade e cautela nestes momentos críticos tem despertado muita preocupação e teme-se que o acirramento provocado pela ruptura democrática venha custar mais vidas humanas”.