Prefeitos de Guaçuí e Itapemirim foram os únicos que perderam disputas por reeleição
Os prefeitos que tomam posse nesta quarta-feira (1) em 19 das 27 cidades do sul do Espírito Santo – ou seja, 70% das prefeituras da região – fazem parte dos grupos políticos que já estavam no poder em 2024. Em apenas duas cidades sul capixabas, os mandatários que tentaram um segundo mandato não se reelegeram.
As cidades com reeleições bem-sucedidas foram 11 no total: Alegre, com Nirrô (PP); Muniz Freire, com Dito Silva (PSB); Castelo, com João Paulo Nali (Republicanos); Mimoso do Sul, com Peter Costa (Republicanos); Piúma, com Paulo Cola (Cidadania); Rio Novo do Sul, com Nei Castelari (Podemos); Iconha, com Gedson Brandão Paulino (Republicanos); Vargem Alta, com Elieser (MDB); Bom Jesus do Norte, com Toninho Gualhano (PSB); São José do Calçado, com Cuíca (PSB); e Iúna, com Romário (Podemos).
Em outras oito cidades, os candidatos vencedores foram apoiados pela gestão que encerra o mandato. Esse foi o caso de cinco munícipos em que o Partido Socialista Brasileiro (PSB) se saiu vencedor: Anchieta, com Léo Português; Apiacá, com Márcio Keres; Atílio Vivácqua, com Helinho Lima; Divino de São Lourenço, com Dudu Queiroz; e Ibitirama, com Reginaldo. As outras três cidades com candidatos a prefeito de situação vencedores foram: Dores do Rio Preto, com Thiaguinho (PP); Jerônimo Monteiro, com Zé Valério (PSD); e Irupi, com Paulino Lourenço (MDB).
Guaçuí e Itapemirim foram as únicas cidades com tentativas de reeleição fracassadas. No primeiro caso, Marcos Luiz Jauhar (Podemos) cederá a cadeira de prefeito para Vagner Rodrigues (PP), após uma disputa eleitoral marcada pela participação de dois ex-prefeitos. Jauhar, inclusive, decidiu tirar férias na última quinzena de mandato.
Já em Itapemirim, Dr. Antônio (União) está dando lugar a Geninho (PDT) após um mandato de apenas dois anos. Isso porque ele foi eleito em uma eleição suplementar em 2022, após a cassação do mandato de Thiago Peçanha (PSB). Geninho entrou com uma ação judicial contra a gestão de Antônio por suposta falta de colaboração na transição, assim como também ocorreu em Guaçuí com Vagner Rodrigues em relação a Jauhar.
Em Muqui, o prefeito Cacalo (PSB) abriu mão de disputar a reeleição em nome de Frei Paulão (PSB), que assumiu a candidatura de situação. Deu errado: Camarão (PL) foi eleito prefeito. Já em Ibitirama, Aiton Vein (PSDB), que ganhou uma eleição suplementar para a prefeitura em 2022, também não quis tentar se reeleger. Nesse caso, porém, Reginaldo (PSB), ex-prefeito, venceu as eleições – com uma diferença de apenas 57 votos para Romildo Pité (PP), segundo colocado. O partido de Ailton estava na coligação vencedora.
No maior município da região, Cachoeiro de Itapemirim, Theodorico Ferraço (PP) retorna à prefeitura após 20 anos para iniciar o seu quinto mandato no Executivo municipal. O prefeito Victor Coelho (PSB), que está encerrando seu segundo mandato consecutivo, apoiou a candidata derrotada de Lorena Vasques (PSB) nas eleições deste ano.
Apesar disso, Coelho e Ferraço sempre mantiveram relativo diálogo. No primeiro mandato de Victor, figuras ligadas ao grupo político de Theodorico fizeram parte da gestão. As relações com o governo estadual também unem os dois: Victor Coelho é fiel seguidor do governador Renato Casagrande (PSB), e o vice-governador Ricardo Ferraço (MDB) é filho do “novo-velho” prefeito de Cachoeiro.
Candidatos a prefeito de oposição também levaram a melhor nos municípios de Alfredo Chaves, com Hugo Luiz (PP); Ibatiba, com Dr. Luis Pancoti (PL); e Marataízes, com Toninho Bitencourt (Podemos).
Indefinição em Kennedy
Em Presidente Kennedy, o atual prefeito, Dorlei Fontão (PSB), até foi o mais bem votado, mas sua candidatura foi cassada. Com a mais recente decisão do ministro Kassio Nunes Marques, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), de negar o recurso de Fontão, o mais provável é que seja realizada uma nova eleição no ano que vem.
Por enquanto, as articulações em Kennedy estão mais concentradas na escolha para o novo presidente da Câmara de Vereadores, que será o prefeito interino do município. Atualmente, quem ocupa a Presidência é o vereador Jacimar Marvila Batista, o Timá (PSB), reeleito com a maior votação entre os candidatos de 2024.
Ainda assim, Aluizio Corrêa (União) e Brunão do Povo (Avante), candidatos derrotados nas eleições deste ano, já confirmaram que pretendem disputar o pleito suplementar. O ex-prefeito Reginaldo Quinta (PSD) não confirma, mas também tem pretensão de entrar na disputa. Do grupo de Fontão, um dos nomes especulados é o de seu próprio filho, Fabrício Cordeiro da Cruz, secretário municipal de Governo e presidente do diretório municipal do PSB.