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Guerino e Manato ganham apoio de pastores e fecham aliança para 2º turno

Manato, Magno Malta e Guerino assinaram documento se comprometendo com a pauta conservadora do bolsonarismo

Divulgação

Ao assinarem a “Carta de Princípios” elaborada pelo Fórum Evangélico Nacional Social e Político (Fenasp), na noite dessa quinta-feira (1º), os candidatos ao governo Guerino Zanon (PSD) e Carlos Manato (PL), apoiadores do bolsonarismo, garantiram apoio de importantes redutos eleitorais, e, de outro lado, ampliaram a divisão entre entidades e congregações de pastores, cujos interesses só encontram unanimidade quando se trata de apoiar a reeleição de Jair Bolsonaro (PL).

“Se nem você nem eu ganhar a eleição no 1º turno, com o desejo do povo que um dos dois vá para o segundo, o outro bate a ligação, nem precisa bater, para saber que estaremos juntos até o final”, disse Guerino. Manato falou em seguida: “Não tem negociata entre nós. É ligar e marcar o horário da entrevista, para anunciar que estamos juntos. Esse é o nosso compromisso”.

A aliança representa uma espécie de reconhecimento de uma vitória do governador Renato Casagrande (PSB), que lidera as pesquisas até agora com folga, seguido por Manato, Audifax Barcelos (Rede) e Guerino.

O Fenasp representa, ainda, o fortalecimento da candidatura do ex-senador Magno Malta (PL), que também assinou a carta de compromisso. O grupo é o mais alinhado a Bolsonaro no Espírito Santo, atuando no campo do extremo conservadorismo, cuja única preocupação é a pauta moral e de costumes. As questões sociais, econômicas e ambientais não fazem parte da agenda.  

No Estado, existem outras congregações, como a Convenção das Assembleias de Deus e outros (Cadeeso), que atuam fora dessa aliança, a mesma que organizou a tão criticada Marcha para Jesus, realizada em Vitória no mês de julho, com a presença do presidente Jair Bolsonaro. No evento, foi exibida uma réplica de um revólver, gerando protestos entre religiosos, que condenam qualquer tipo de violência e o discurso de ódio característicos do bolsonarismo.

A Cadeeso não participou da marcha e se mantém, sem alarde, ao lado de Casagrande, apontado por Manato e Guerino como representante da esquerda no Estado, por conta do PSB e da coligação do seu partido com o PT. Nessa quinta, o presidente da Cadeeso, Arnaldo Candeias, aparece discretamente em uma peça da campanha de Casagrande exibida na TV, o que provoca repercussão no meio evangélico favorável ao governador, que é próximo da atual diretoria.

No documento assinado pelos dois candidatos com o Fenasp, eles se comprometem com “valores e princípios conservadores”, como o combate a qualquer prática que venha ferir a liberdade religiosa no Estado, incluindo o fechamento de igrejas que aconteceu no Espírito Santo durante a pandemia. Na ocasião, o governo do Estado foi pressionado a adota medidas indicadas pelas autoridades médicas para conter avanço da Covid-19.

Em julho de 2020, no auge da pandemia, os deputados estadual Danilo Bahiense (PL) e Pastor Mansur (PSDB), evangélicos e candidatos à reeleição, aprovaram na Assembleia projeto considerando os templos religiosos como atividade essencial em períodos de calamidade de saúde pública.

Dessa forma, anularam decisão do governo com base em orientações médico-sanitárias para evitar a propagação da doença. Seguiam a recomendação de Jair Bolsonaro de não usar máscaras e não tomar vacina, entre outras medidas que causaram a morte de centenas de pessoas no país.

No evento dessa quinta, o bispo Bruno Gouvea, líder da Igreja Universal do Reino de Deus no Estado, que já declarou apoio a Guerino, reforçou qual deve ser a principal característica de um governador. “Em uma reunião em que eu estava com o Guerino e com vários pastores, eu ouvi uma frase que me marcou: lugar de gestor é no Executivo. E isso abriu os meus olhos para aquele que tem a maior capacidade de gestão”, disse.

“Nós, conservadores, respeitamos as diferenças. Um governante respeita as diferenças, quando não impõe a sua ideologia, por exemplo, nas escolas. É papel das famílias educar os seus filhos com seus princípios e valores. As famílias cristãs, ou qualquer outro tipo de família, não podem se submeter às decisões do Estado. As famílias devem ser respeitadas. É papel do Estado se preocupar com boa gestão’, afirmou Guerino.

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