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Hartung usa agora narrativa externa para dentro do Estado

Depois de conseguir consolidar na imprensa nacional o discurso de que o Espírito Santo está com as contas organizadas graças à política de austeridade empreendida por seu governo, Paulo Hartung (PMDB) passou agora a recorrer à mesma narrativa também para dentro do Estado. Na manhã desta quinta-feira (05), em palestra no Encontro Estadual de Administradores do Banco do Brasil no Espírito Santo, em Vitória, o governador advertiu que a única ameaça que pode desestabilizar o equilíbrio fiscal alcançado pelo Estado e a situação nacional, que Hartung classificou como “péssima”.
 
Hartung vem sendo colocado no debate conjuntural do País após criar uma narrativa de recuperação fiscal do Estado. Com a maioria dos estados em crise, Hartung, graças a uma política dura de ajuste fiscal, que comprometeu parte dos serviços essenciais, congelou os investimentos e brecou os reajustes salariais do funcionalismo público, conseguiu apresentar superávits nos balanços do Estado, o que tem sido visto fora do Estado como um modelo de gestão a ser seguido.
 
Nos meios políticos, há uma ideia de que o governador estaria pavimentando, com base nesse cenário no Espírito Santo, um discurso que poderia levá-lo a uma chapa presidencial, na condição de vice. Por isso, tem adotado um discurso mais genérico, tratando de questões nacionais.  
 
Na palestra, o governador Paulo Hartung lamentou o alto impacto da previdência aos cofres públicos e exemplificou a realidade do governo do Estado que, em 2016, destinou R$ 1,5 bilhão para cobrir “o rombo previdenciário do Poder Executivo Estadual”. 
 
Hartung manifestou otimismo para o cenário estadual, sobretudo em relação ao retorno das operações da Samarco, prevista para o próximo ano, e o leilão da ANP na área do pós-sal. Mas a preocupação de Hartung estaria no cenário nacional e aproveitou para emplacar o discurso que o insere no debate nacional, afirmando que é o momento das lideranças saírem da zona de conforto para discutir os rumos do Brasil. 
 
A estratégia de Hartung é adotar uma narrativa preventiva desde já. Se o equilíbrio fiscal desestabilizar daqui para frente, Hartung tentará transferir a conta do insucesso aos tropeços do governo federal. “Minha preocupação é com a influência nacional, que apresenta ambiente péssimo”. 

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