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Investigação do MPES a vereadores de Nova Venécia implica dois advogados

A absolvição do vereador de Nova Venécia (noroeste do Estado) Josiel Santana, o “Biel da Farmácia” (PV), que escapou de perder o mandato após ser denunciado em ação civil pública por interferência na marcação de exames e consultas em órgãos de saúde, teve um desdobramento nesta sexta-feira (26) com a “Operação Hígia”, que apura a prática de tráfico de influência, corrupção ativa e passiva, fraude processual, organização criminosa e concussão.

Os investigados, além de “Biel da Farmácia”, são o vereador Luciano Pereira dos Santos, o “Cabo Tikeira” (PV), que chegou a ser afastado pela Justiça sob acusação de “rachid”, os advogados José Fernandes Neves e Josué de Sá Rodrigues; e o ex-vereador que teve mandato cassado em 2018, Ronaldo Mendes Barreiros (SD), por quebra de decoro parlamentar e improbidade administrativa, depois de roubar um notebook que pertencia à Câmara. 

A operação foi deflagrada pelo Ministério Público do Estado (MPES), por meio da Promotoria de Justiça do município, e consistiu no cumprimento de mandados de busca e apreensão dos aparelhos celulares dos investigados. As supostas atividades criminosas teriam sido praticadas na Câmara, de acordo com informações levantadas por meio do Grupo de Apoio Policial (GAP) e do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco-Norte). A ação contou ainda com o apoio do Núcleo de Inteligência da Assessoria Militar do MPES e da Polícia Militar. 

Ronaldo e “Biel da Farmácia” passaram por procedimento de cassação na Câmara. O primeiro, em razão do roubo de um notebook da Casa; e o segundo, por possíveis irregularidades na marcação de consultas na rede de Saúde do município. O MPES apura suspeitas de fraude processual no procedimento de cassação do vereador Biel, que foi absolvido pelo legislativo municipal. 

Relator do caso na Câmara, Ronaldo afirmou, em diálogos telefônicos, que “salvou” Josiel Santana de ser cassado, porque trabalhou para concluir pela absolvição do vereador. Ele afirma ter pedido ao advogado de “Biel da Farmácia” que elaborasse um parecer isentando o colega de possíveis irregularidades. 

Em razão disso, também cobrou uma contrapartida de Josiel, integrante da comissão que analisava o processo de cassação de Ronaldo. As investigações continuam para apurar outras irregularidades detectadas.

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