Cassado em 2022, ex-prefeito Thiago Peçanha foi escolhido pelo PSB, mas poderá ser trocado
O prazo para a realização das convenções partidárias visando as eleições municipais de outubro deste ano se encerrou nessa segunda-feira (5), concluindo a etapa de definição de candidaturas e coligações. Em Itapemirim, município do litoral sul com apenas 26,5 mil eleitores, oito pré-candidatos a prefeito continuam na disputa após esse processo: Alex Wingler (Podemos), Dr. Antonio (União), Paulinho da Graúna (Republicanos), Geninho (PDT), João Bechara (PSDB), Vinicius Viana (PL), Claudinha Carvalho (Psol) e Dr. Thiago Peçanha (PSB).
Ainda há dúvidas sobre a viabilidade da candidatura do ex-prefeito Thiago Peçanha, tendo em vista que ele foi cassado em 2022. O vice escolhido para a sua chapa é o vereador Zé Lima (PSD), ex-presidente da Câmara Municipal que ficou como prefeito interino logo após a cassação de Peçanha. Lima também foi condenado em 2023, em primeira instância, pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE-ES), devido à suposta contratação de servidores em período eleitoral.
Segundo a ata de convenção do Partido Socialista Brasileiro (PSB) registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a coligação da chapa incluirá o Partido Social Democrático (PSD), Progressistas (PP), Podemos e Partido Renovação Democrática (PRD) – apesar de esse último ter aprovado aliança com a chapa do atual prefeito, Dr. Antonio. Um detalhe que chama a atenção na ata é a informação de que a convenção foi realizada em 6 de agosto, um dia depois do prazo legal.
Em contato com Século Diário, Thiago Peçanha enviou sua certidão negativa de condenação criminal eleitoral para atestar que poderá concorrer, e informou que demais detalhes estão sendo tratados por seus advogados. Em relação à data da ata, ele explicou que a Justiça dá prazo de 24 horas para registro do documento, então não há irregularidade.
Quem está de olho na situação de Thiago Peçanha é Alex Wingler, ex-secretário de Saúde de Cachoeiro de Itapemirim. A ata da convenção do Podemos, realizada no último dia 5, informa que Wingler também foi indicado para ser vice de Thiago Peçanha.
Entretanto, há uma cláusula na ata apontando que, em caso de impedimento judicial do ex-prefeito, Wingler poderá ser indicado como candidato a prefeito, ou a vice-prefeito ao lado de alguma outra pessoa. Indagado sobre o assunto, Alex informou que a intenção foi deixar o caminho aberto para quaisquer possibilidades que surgirem até o registro das chapas.
O atual prefeito de Itapemirim, que iniciou o mandato em 2022, após eleição suplementar, tentará a reeleição tendo como vice Ernane Silva (Mobiliza), sargento da Polícia Militar e empresário. De acordo com as atas das convenções partidárias, o PRD também estará na coligação.
O presidente da Câmara de Vereadores de Itapemirim, Paulinho da Graúna (Republicanos), se lançará na disputa majoritária com o empresário Willian Trekinho (Avante) compondo a sua chapa. O dentista Geninho Bechara (PDT) escolheu o pescador Ciel Mota como vice.
A federação formada por Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) e Cidadania tem como pré-candidato a prefeito João Bechara, vereador por três mandatos consecutivos e primo de Geninho. Sua vice será a novata Juliana Félix, sendo que ambos estão filiados ao PSDB.
A federação formada por Partido Socialismo e Liberdade (Psol) e Rede Sustentabilidade se coloca na disputa tendo a artesã Claudinha Carvalho como pré-candidata a prefeito e o Professor Jésus como vice – ambos do Psol.
Por fim, o empresário bolsonarista Vinicius Viana estará em uma chapa “puro-sangue” do Partido Liberal (PL), tendo como vice o agricultor Zithman Leal, que foi candidato a vereador em outras eleições.
A avaliação nos bastidores é de que o grande número de candidaturas tende a beneficiar o prefeito atual na disputa, tendo que em vista que não há segundo turno no município do interior e a oposição ficará dividida.