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‘Já derrubamos todos os argumentos do governo’, diz presidente do Sindipúblicos

Uma grande Assembleia Geral Unificada está sendo preparada pelo Sindicato dos Trabalhadores e Servidores Públicos do Espírito Santo (Sindipúblicos-ES) e demais entidades congregadas à Pública-ES para o próximo dia 30 de agosto, às 10h, em frente Ed. Fábio Ruschi, no Centro de Vitória. O objetivo é pressionar o governo de Renato Casagrande (PSB) a conceder reajuste salarial de 5,56%, referente às perdas inflacionárias registradas pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) entre abril de 2018 e julho de 2019.

“A expectativa é realizar uma pressão sobre uma reivindicação justa. Já derrubados todos os argumentos do governo. Eles não sabem o que nos responder mais”, alega o presidente do Sindipúblicos-ES, Tadeu Guerzet. “No mesmo dia 30, se a assembleia aceitar, partiremos para um primeiro ato”, anuncia o presidente, referindo-se a um calendário de manifestações que a entidade prepara para manter a pressão sobre o governo em favor do pleito.

Desde que assumiu o Palácio Anchieta em janeiro, Casagrande e todo o seu time do primeiro escalão que realizou reuniões com as entidades representativas dos servidores têm se mantido irredutíveis na determinação de só avaliar a possibilidade de reajuste a partir de 2020.

Em todas as ocasiões, os trabalhadores apresentam cálculos que mostram ser possível conceder o reajuste, em vista do superávit das contas do Estado. “A única coisa que repetem é que estão observando a economia nacional. Agora que já demonstramos que estamos certos, vamos fazer essa pressão esperando ainda que o governo possa se sensibilizar e mudar de decisão”, argumenta o líder sindical.

O reajuste de 5,56% é considerado o início da reposição das perdas históricas de 26,8%, acumuladas desde 2014. Durante o governo de Paulo Hartung, ele se negou a conceder reajuste salarial aos servidores públicos, e só o fez estrategicamente em 2018, quando ainda cogitava tentar a reeleição, de apenas 5%. 

“O servidor está carregando sozinho o que os economistas chamam de ajuste fiscal. Só nós estamos perdendo em salário, acúmulo de trabalho e precarização”, expõe. “Com nossa perda da capacidade salarial, a sociedade perde, pois isso impacta no consumo no Estado”, aduz Tadeu.

Desemprego

A última reunião sobre a pauta com o governo aconteceu nessa quarta-feira (14) com a vice-governadora Jaqueline Moraes (PSB), ocasião em que a entidade mostrou novamente seus números e associou o alto desemprego no Estado – atualmente em 10,9% – com a decisão de não recompor as perdas inflacionárias dos mais de 60 mil servidores estaduais.

O reajuste reivindicado injetaria R$ 20 milhões/mês na economia capixaba, proporcionando abertura de negócios, geração de empregos e recolhimento de impostos, argumenta a entidade. Ao invés disso, critica, “o governador prefere manter bilhões acumulados em caixa sem argumentação técnico-financeira plausível”.

O Sindipúblicos também compara os recursos que poderiam aquecer a economia, mediante reajuste salarial, às perdas sofridas pelo comércio com a paralisação dos ônibus nesta semana, calculadas pela Federação do Comércio do Espírito Santo em R$ 10 milhões por dia.

“Comparando tal estimativa com a decisão do governo Casagrande, pode-se afirmar que a não recomposição de perdas gera prejuízos ao comércio equivalentes a dois dias parados por mês, ou seja, equivaleria afirmar que seria possível a criação aproximada de 10% a mais de novos negócios mensalmente, caso o governo cumprisse as constituições Federal e Estadual”, afirma o sindicato.

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