Delegado Pazolini obteve 30,95% dos votos e o ex-prefeito João Coser 21,82%
Delegado Pazolini (Republicanos) e João Coser (PT) no segundo turno em Vitória, que será votado no próximo dia 28, é a repetição da polarização entre apoiadores e opositores do governo Jair Bolsonaro. Gandini, candidato pelo Cidadania e apoiado pelo prefeito Luciano Rezende, atingiu 36.172 mil votos (21,12%) e ficou em terceiro lugar, fora da reta final das eleições, com uma diferença para Coser de 1.201 votos.
Delegado da Polícia Civil licenciado, Lorenzo Pazolini obteve 53.04 mil votos, 30,95% do total, passando à frente de João Coser, que marcou 37.373 mil votos, 21,82% na preferência do eleitor. Deputado estadual filiado ao PRP, Pazolini deixou o partido e integrou-se, em 2019, ao grupo político do presidente da Assembleia Legislativa, Erick Musso, alinhando-se ao deputado federal Amaro Neto, sem deixar seu mentor político, o ex-senador Magno Malta (PL).
No exercício do mandato, ganhou notoriedade como oposicionista ao governador Renato Casagrande (PSB), já ensaiando a candidatura a prefeito e como parte da estratégia do Republicanos, que passou a ser o partido mais próximo a Bolsonaro, depois que ele se desfiliou ao PSL, em decorrência de conflitos relacionados ao controle partidário.
No Republicanos, braço político do empresário Edir Macedo, dono da Igreja Universal, Pazolini teve a candidatura a prefeito de Vitória confirmada em setembro deste ano. Por conta dessa aproximação, o delegado, ainda sem partido, mas ligado ao grupo de comando do Republicanos no Estado, trouxe a Vitória, em maio de 2019, a ministra da Mulher e dos Direitos Humanos, Damares Silva, para receber uma homenagem na Assembleia Legislativa, ignorando protestos de diversos movimentos sociais.
Na campanha que o levou ao segundo turno, esse alinhamento ao bolsonarismo foi ignorado. A ênfase foi dada a projetos para transformar Vitória em uma cidade de paz e tranquilidade e em ataques e defesa ao adversário Gandini.
João Coser, o segundo colocado no primeiro turno, é ex-prefeito de Vitória por dois mandatos, ex-deputado estadual e ex-deputado federal. É integrante histórico do Partido dos Trabalhadores (PT) e uma das apostas do partido para eleger prefeito em capitais. Na campanha, Coser apresentou programas para a cidade e citou as transformações estruturais realizadas durante as suas duas gestões.
O representante do PT no Estado conta com o apoio do ex-presidente Lula e da atual presidente do partido, Gleisi Hoffman. A cúpula partidária superou a crise interna em decorrência de João Coser ter ocupado uma secretaria no governo Paulo Hartung, em 2016. Reeleito para a presidência estadual do PT em 2017, tornou-se o candidato natural à prefeitura de Vitória.
Já a derrota de Fabrício Gandini significa o fim do “terceiro mandato” de Luciano Rezende. Capitão Assumção (Patri) ficou em quarto lugar, com 12.365 votos (7,22%), seguido por Mazinho (PSD), com 11.397 votos (6,65%), Neuzinha (PSDB), 7.897 votos (4,61%), Sergio Sá (PSB), 7.110 (4,15%), Coronel Nylton, 2.882 (1,68%), Gilbertinho Campos (Psol), 1.408 votos (0,82%), Halpher Luigi (PL), 998 votos (0,58%), Namyr Chequer (PCdoB), 440 (0,26%), e Raphael Furtado (PSTU), com 69 votos (0,04%).