O pedido de indeferimento da candidatura a vice-prefeito de Alexon Cipriano (PDT), em Cachoeiro de Itapemirim, no sul do Estado, foi acatado pelo juiz eleitoral Roney Guerra, nessa terça-feira (3). O Ministério Público Eleitoral (MPE-ES) já havia se manifestado pela impugnação do companheiro de chapa de Lorena Vasques (PSB), candidata a prefeita apoiada pelo atual chefe do executivo municipal, Victor Coelho (PSB).
Alexon anexou ao processo de registro de sua candidatura o decreto municipal que determinou o seu afastamento do cargo de subsecretário de Habitação e Regularização Fundiária no ultimo dia 4 de julho. Para o Ministério Público, a desincompatibilização não ocorreu no prazo mínimo determinado pela legislação eleitoral.
Para servidores públicos, como Alexon, o prazo de afastamento é de três meses antes das eleições. Entretanto, no entendimento do Ministério Público, ele ocupava cargo equivalente ao de secretário municipal, e, nesse caso, o período de desincompatibilização exigido é maior: quatro meses antes do pleito de outubro.
Acatando a posição do MPE-ES, o juiz citou um acórdão anterior do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), num caso em que um secretário adjunto de Saúde foi equiparado ao secretário municipal da mesma pasta. Apesar do indeferimento, a chapa de Lorena Vasques pretende recorrer da sentença e não se trabalha, ao menos por enquanto, com a hipótese de uma substituição.
Alexon é servidor público municipal há 12 anos, tendo formação como Técnico em Edificações e Gestão Pública. Ele foi presidente da Federação das Associações de Moradores e Movimentos Populares de Cachoeiro de Itapemirim (Fammopoci) por dois mandados consecutivos (de 2004 a 2006 e de 2006 a 2008). Outro cargo que ocupou foi o de subsecretário de Controle Urbano de 2014 a 2016, na gestão de Carlos Categlione (PT).
Também chamado de “Alex do CRE” e “Alex do Coramara”, teve cinco participações em eleições, de acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Suplente como vereador em 2012, assumiu uma cadeira já no fim da legislatura, em 2016, mesmo ano em que conquistou um mandato para os quatro anos seguintes. De 2019 a 2020, presidiu a Câmara, tendo sido conduzido com o apoio do prefeito Victor Coelho. Disputou o último pleito pelo partido Republicanos, mas não conseguiu se reeleger.
O fato de ter sido vereador e presidente da Câmara, a experiência como servidor efetivo e na gestão pública e o histórico nos movimentos populares foram os fatores que pesaram na escolha de Alexon como candidato a vice-prefeito na chapa de situação.
Também estão na disputa majoritária de Cachoeiro este ano o deputado estadual e ex-prefeito Theodorico Ferraço (PP), o advogado Diego Libardi (Republicanos), o vereador de extrema direita Léo Camargo (PL), e o também ex-prefeito Carlos Casteglione (PT).